Sayid-Ali Abdullahi Salad lembra vivamente o dia fatídico, no auge da guerra civil na Somália, em 1997, quando sua vida mudou para sempre. Era uma reunião aparentemente rotineira para resolver uma disputa que acabou em violência e que quase custou ao mediador voluntário sua vida.
Juntamente com outros ativistas pela paz, Sayid-Ali, então estudante da Universidade Nacional da Somália, acompanhou um ancião tradicional ao distrito de Wadajir, na capital de Mogadíscio, para ajudar a promover uma mediação entre dois clãs em guerra. Eles estavam ansiosos por um resultado positivo, mas, no meio das negociações, as tensões aumentaram repentinamente.
Atingido por armas de fogo, Sayid-Ali, hoje com 41 anos, luta pelos direitos das pessoas com deficiência. “As pessoas que vivem com deficiências têm os mesmos direitos que todas as outras. Meu objetivo é ajudá-las a desfrutar desses direitos, assim como o resto das pessoas com deficiência no mundo”, diz o ativista.
Na ausência de estatísticas e informações confiáveis, os especialistas estimam que o número de pessoas com deficiência na Somália é superior à média global – de 15% da população –, devido ao prolongado conflito no país. Para essas centenas de milhares de somalis, o acesso a cuidados de saúde adequados, educação, inclusão social e oportunidades é crucial.