Rio – Três meses após o atentado que matou mais de 20 turistas no Museu do Bardo, em Tunís, a Tunísia protagonizou novo ataque terrorista nesta sexta-feira. Desta vez, o hotel Imperial Marhaba, localizado em Sousse foi alvo de terroristas armados que atiraram matando, pelo menos, 37 pessoas e deixando 36 ficaram feridas.
O turismo é uma das atividades mais importantes para o país que foi berço da Primavera Árabe em dezembro de 2010. Em março, o ataque ao Museu do Bardo foi o mais mortífero em turistas no mundo árabe desde o massacre de 1997, em Luxor, no Egito.
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Limitada ao norte e a leste pelo Mar Mediterrâneo, o país de cerca de 10 milhões de habitantes possui fronteira ocidental com a Argélia e com a Líbia ao sudeste e tem quase 40% do território ocupado pelo deserto do Saara.
Colonizada pelos fenícios em 1000 a.C, a região onde hoje é a Tunísia foi um importante centro comercial do mar Mediterrâneo até a sua destruição pelos romanos em 146 a.C. Em 1574, a Tunísia foi incorporada ao Império Turco-Otomano até 1881, quando se tornou protetorado da França. A independência só chegou em 1956.
Em dezembro de 2010, Mohamed Bouazizi, o jovem tunisiano que ateou fogo ao próprio corpo em sinal de protesto contra a corrupção e as condições de vida em seu país, acendeu a revolta no norte do continente africano. Protestos tomaram conta da Tunísia, levando o presidente Zine el-Abdine Ben Ali (no poder desde 1987) a fugir para a Arábia Saudita dez dias depois. Após a Tunísia, o Egito e a Líbia também vivenciaram – em proporções diferentes – a luta pela democracia e a deposição de seus antigos presidentes.
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