Três anos de impasse paralisam serviços públicos de saúde na República Centro-Africana

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Centro-africanos esperam na fila para votar na capital Bangui, em dezembro de 2015. Foto: MINUSCA
Centro-africanos esperam na fila para votar na capital Bangui, em dezembro de 2015. Foto: MINUSCA

Com informações da ONU

O Escritório da ONU de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) alertou no último mês de maio que o acesso à saúde na República Centro-Africana, país atingido por um pesado conflito recente e um impasse político, é muito fraco em todo o país, exceto na capital Bangui. A insegurança também impede ou retarda as respostas em outros lugares.

Atualmente, 1 milhão de pessoas são assistidas por 31 agências de saúde humanitária, incluindo organizações não governamentais e agências da ONU. As agências de ajuda usam serviços móveis para ajudar milhares de deslocados em áreas não cobertas por instalações básicas do Ministério da Saúde.

O OCHA afirmou que atividades de prevenção, cuidados primários e secundários de saúde, todos os hospitais de referência funcionais, mecanismos de alerta precoce e de capacidade de resposta rápida a surtos e apoio psicossocial permanecem essencialmente dependentes de agentes humanitários.

A situação foi constatada após o novo parlamento e o presidente eleito Faustin Archange Toudera tomarem posse, depois de três anos de instabilidade decorrentes de um golpe de Estado perpetrado por rebeldes, que derrubaram o governo do ex-presidente Francois Bozize.

Segundo o representante especial da ONU e chefe da missão de paz no país (MINUSCA), Parfait Onanga-Anyanga, a contribuição da ONU foi crucial para o sucesso do processo eleitoral.

A MINUSCA foi criada em 2014, para proteger os civis e apoiar o governo de transição no país. Quando o Conselho de Segurança da ONU renovou o mandato da Missão por mais um ano, em abril de 2015, um de seus papéis era trabalhar de forma urgente para apoiar as autoridades de transição a realizar “eleições presidenciais e legislativas livres, justas, transparentes e inclusivas”.

Isso significou apoiar um referendo constitucional, ocorrido em 13 de dezembro, que definiu o limite de dois mandatos presidenciais com duração de 5 anos, e as eleições legislativas e presidenciais no final de dezembro e nos meses de fevereiro e março.

A ONU ajudou a garantir de que não só os cidadãos de dentro das fronteiras do país podiam votar, mas também aqueles que procuraram refúgio nos países vizinhos de Camarões, Chade, República Democrática do Congo e República do Congo.

Como resultado, a taxa de comparecimento às urnas para o primeiro turno das eleições presidenciais entre a população de refugiados registrada foi de 61%, enquanto que no segundo turno ficou em 40%.

A partir da capital Bangui, a MINUSCA transportou os materiais sensíveis – incluindo as cédulas e urnas de voto – para locais de votação em toda a capital. A Missão também levou documentos eleitorais e trabalhadores a cinco das 16 prefeituras.