Mais de uma dúzia de pessoas foram mortas ou feridas por traficantes de pessoas ao tentar escapar de um centro de detenção na Líbia em maio, segundo informações da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
As vítimas estavam entre um grupo de cerca de 200 migrantes vindos da Eritreia, Etiópia e Somália. A fuga ocorreu no dia 23 de maio.
O porta-voz do ACNUR, William Spindler, afirmou a jornalistas em Genebra que os sobreviventes relataram a forma como “pessoas levaram tiros enquanto tentavam escapar, e durante tentativas de recaptura”. O episódio ocorreu em Bani Walid, cidade a cerca de 200 km de distância da capital Trípoli.
A área é uma das muitas regiões do país que estão sobre controle de grupos armados desde que o presidente Muammar Gaddafi foi deposto, em 2011.
Os sobreviventes também relataram “tortura, abuso e exploração sobre as mãos de traficantes de pessoas”, afirmou Spindler, comentando que alguns migrantes haviam sido detidos por até três anos.
De acordo com o ACNUR, os sobreviventes foram transferidos para um centro de detenção próximo a Trípoli, onde receberam utensílios de primeiros socorros e apoio psicossocial.
Entre os sobreviventes estão um grande número de crianças desacompanhadas. O ACNUR está trabalhando para identificar os mais vulneráveis que podem precisar de proteção internacional.
A Líbia, rica em petróleo, atraiu nativos de países vizinhos em busca de emprego ao longo das últimas décadas. Mais recentemente, pessoas fugindo de conflitos e da perseguição no continente africano buscaram o país em procura de refúgio.
Um estudo recente do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) em associação come a Missão de Apoio da ONU na Líbia, conhecida como UNSMIL, estimou que cerca de 6,5 mil pessoas estão detidas em prisões oficiais no país.
Milhares de outros migrantes estão em instalações controladas por grupos armados, alguns afiliados ao Estado, acusou o estudo.