Refugiados do Sudão do Sul em Uganda ultrapassam 1 milhão

0
370
Ethiopia / South Sudanese Refugees / Over a hundred South Sudanese refugees in Matar in the Gambella Region of Ethiopia, near the border of South Sudan, board a boat to escape the floods and relocate to dry land at the Pugnido Refugee Camp eight hours away, on 17 November 2014.  UNHCR / Catianne Tijerina / November 2014
UNHCR / Catianne Tijerina / November 2014

Com informações da ONU

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) reiterou nesta quinta-feira (17) seu pedido de apoio aos refugiados do conflito no Sudão do Sul, em particular aos mais de 1 milhão que estão em Uganda. No último ano, Uganda registrou uma chegada média de 1,8 mil sul-sudaneses por dia.

Além dos refugiados em Uganda, 1 milhão de sul-sudaneses estão abrigados em outros países vizinhos, como Sudão, Etiópia, Quênia, República Democrática do Congo e República Centro-Africana.

Em Uganda, mais de 85% dos refugiados que chegam são mulheres e crianças (menores de 18 anos). Os recém-chegados continuam relatando casos de violência brutal, nos quais grupos armados queimam casas com civis dentro, pessoas são mortas na frente de seus familiares, mulheres e meninas são vítimas de violência sexual, e meninos são recrutados à força para o conflito.

Com a contínua chegada de refugiados, a ajuda oferecida está muito aquém ao demandado. Este ano, são necessários 674 milhões de dólares para a resposta aos refugiados sul-sudaneses em Uganda. Entretanto, até agora, somente 21% desse total foi recebido. Nos demais países, o cenário está ligeiramente melhor — dos 883,5 milhões de dólares necessários para a crise, cerca 250 milhões de dólares foram recebidos.

A ausência de recursos em Uganda está afetando significativamente a capacidade de oferecer assistência vital e serviços básicos essenciais. Em junho, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) foi forçado a fazer cortes no fornecimento de alimentos a refugiados.

Ao longo dos assentamentos no norte de Uganda, clínicas de saúde estão sendo forçadas a prover apenas atendimento médico vital com recursos humanos reduzidos: médicos, enfermeiros e remédios estão em falta.

A educação também está sendo afetada. As salas de aula frequentemente possuem mais de 200 alunos, e algumas aulas são ministradas ao ar livre. O difícil acesso à escola tem gerado alto índice de abandono de crianças refugiadas, já que as opções mais próximas continuam sendo distantes demais.

Desde dezembro de 2013, com a deterioração da crise no Sudão do Sul, mais de 2 milhões de sul-sudaneses foram obrigados a se deslocar para países vizinhos, enquanto as estimativas são de que outros 2 milhões permaneçam deslocados internamente.