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As Nações Unidas estimam que 8,2 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária e proteção imediata na Somália. O número equivale a quase metade da população do país. Entre abril e junho há uma forte probabilidade de fome se faltar auxílio e não chover o suficiente, como indicam as atuais previsões.
Nesta quarta-feira, a comunidade humanitária lançou um apelo de US$ 2,6 bilhões para socorrer 7,6 milhões de pessoas no país do extremo leste da África em 2023.
O coordenador humanitário para a Somália, Adam Abdelmoula, disse que graças aos esforços das comunidades locais e ao aumento da ajuda a situação foi contida no ano passado. Mas, segundo ele, milhões de vidas seguem em risco.
Mais de 1,4 milhão de pessoas foram deslocadas e pelo menos 3,5 milhões de cabeças de gado foram perdidas, o acesso ao leite para crianças também foi reduzido. A ONU alerta que com a previsão de queda no financiamento para assistência humanitária, 727 mil somalis poderão enfrentar condições de catástrofe alimentar.
O vice-primeiro-ministro do país, Salah Jama, disse que a Somália “paga o preço por uma emergência climática que fez muito pouco para criar”. O representante contou que a atuação para a ajuda aos mais vulneráveis envolve os governos federal e estadual, as comunidades locais, o setor privado, a diáspora e a comunidade internacional.
Embora tecnicamente ainda não se tenham atingido os limites da fome, a comunidade humanitária diz lidar com uma situação “extremamente alarmante.”
Por causa das condições extremas e prolongadas o total de mortes está acima do normal e a mortalidade continuará alta, a menos que a assistência seja ampliada e mantida em setores cruciais.