Na Somália, 70% da população tem menos de 30 anos e a taxa de desemprego para os jovens é de 67%, uma das mais altas taxas do mundo. A vida na cidade de Eyl, por exemplo, oferece oportunidades limitadas que deixam jovens desiludidos, em situação precária que mina seu futuro, como no caso de Mohmed Deer, um jovem de 23 anos. O desemprego, além da falta de atividades sociais, recreativas e positivas, empurra muitos jovens somalis vulneráveis a participar do conflito, unir-se a grupos radicais como o Al-Shabaab, ou à prática de pirataria como um meio de sobrevivência.
O projeto do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD), chamado Modos de Vida Alternativa, ajuda jovens a encontrar solução para lutar contra algumas causas da pirataria, incluindo a falta de oportunidades de emprego e infraestrutura.
Iniciado em 2012 o projeto procura empoderar jovens e reintegrá-los dentro da sua sociedade através de treinamentos vocacionais, reabilitação da base de infraestrutura social e produtiva, e pequenos subsídios e kits de start-up para estabelecer empresas ou comércios. Mohmed é um dos 100 jovens em sua comunidade que fazem parte desse projeto, investindo nele mesmo e planejando seu futuro.
“Antes do programa eu estava fazendo nada. Esta é uma pequena aldeia e eu queria aprender novas habilidades”, explicou Mohmed. Quando ele se juntou ao treinamento de reinserção social do PNUD sua vida começou a mudar. O projeto incentiva a mudança holística na vida dos jovens, isso inclui mudar as suas atitudes, a introdução de novas escolhas, e ajudá-los a entender o seu potencial.
Os programas socioeconômicos na Somália trouxeram benefícios em todas as esferas: jovens vulneráveis ganharam acesso a novas habilidades e oportunidades de emprego, comunidades experienciaram um aumento na coesão social e autoridades locais notaram uma diminuição nas atividades criminais.