Rio – Desde meados de 2012, o projeto de pequenos subsídios do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime (UNODC) tem ajudado uma série de organizações da sociedade civil com sedes na África no desenvolvimento de projetos inovadores de combate à corrupção.
Na República Democrática do Congo, por exemplo, um subsídio para o Observatório de Combate à Corrupção na África Central (OLCAC) ajudou na regulamentação do Sindicato dos Mototáxis. A iniciativa melhorou significativamente o trabalho de mototaxistas, que desconheciam os seus direitos na segurança rodoviária e nos aspectos comerciais de seus negócios, o que os tornava vulneráveis à corrupção.
Através da organização de ‘workshops’ envolvendo motoristas, funcionários do governo e representantes da polícia de trânsito, bem como campanhas de mídia em jornais locais, o OLCAC conseguiu conscientizar e informar mototaxistas sobre seus direitos e da necessidade de rejeitar práticas corruptas.
No norte do continente, a organização I-WATCH, da Tunísia, facilitou a formação de uma rede nacional inclusiva de organizações da sociedade civil para combater a corrupção, inclusive com membros do setor privado.
A I-WATCH também produziu vídeos de desenhos animados para explicar a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção para jovens e usuários das mídias sociais, além de treinar mais de 120 estudantes de administração sobre a Convenção e a importância da ética nos negócios.
Já a organização ‘Reflexão e Ações Concretas para o Desenvolvimento Africano’ (RECAAD), com sede em Camarões, treinou empresas associadas para que elas dominassem a Convenção da ONU, o seu mecanismo de revisão e o seu quadro nacional de combate à corrupção no setor privado do país.
A RECAAD desenvolveu um código de conduta para o setor privado, realizou atividades de conscientização para informar as pessoas sobre a Convenção e a sua utilidade para os negócios/empresas, criando um plano de ação em conformidade com a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção.
Em Serra Leoa, a Transparência Internacional local usou o subsídio para financiar um projeto que focava em empresas de média e pequena escala, particularmente as que são dirigidas por mulheres e migrantes, a fim de aumentar o envolvimento entre os diferentes atores da sociedade civil para combater a corrupção.
Como resultado, um diálogo contínuo foi estabelecido com os membros da Associação Nacional Empresarial Indígena e do Sindicato dos Empreiteiros de Serra Leoa para promover o comércio justo, a concorrência e comportamento ético. O projeto também treinou beneficiários da Convenção da ONU e das leis de anticorrupção de Serra Leoa.
Enquanto isso, em Moçambique, a Associação Moçambicana para o Desenvolvimento e Democracia (AMODE) organizou mesas-redondas sobre a Convenção com representantes da sociedade civil, do setor privado e das autoridades locais.
As discussões transmitidas na rádio e a criação de uma rede nacional de organizações da sociedade civil para combater a corrupção ajudaram a chamar atenção da sociedade moçambicana em geral para o problema.
O projeto de pequenos subsídios do UNODC foi criado para ajudar as organizações da sociedade civil em seu compromisso com o setor privado em atividades de anticorrupção. Para mais informações clique aqui.
Com informações da ONU