O Prêmio Nelson Mandela, entregue a cada cinco anos em reconhecimento aos que dedicaram suas vidas a serviço da humanidade, homenageou, neste ano, Marianna Vardinoyannis, da Grécia, e Morissana Kouyaté, da Guiné-Conacri.
30 anos de luta contra câncer infantil – Marianna Vardinoyannis é fundadora e presidente de duas fundações dedicadas às crianças: Fundação Marianna V. Vardinoyannis e Associação de Amigos de Crianças com Câncer ELPIDA.
Ela é ligada à luta contra o câncer infantil há 30 anos e, graças a seu trabalho, milhares de crianças foram curadas. Notadamente, a associação ELPIDA foi fundamental em implementar a primeira unidade de transplante de medula óssea da Grécia, em 1999, e o primeiro hospital oncológico infantil do país, em 2010.
A fundação dela também apoia programas de cuidado médico para crianças refugiadas e outros grupos vulneráveis, educação de direitos humanos, programas e luta contra o tráfico de pessoas. Marianna é embaixadora da boa vontade da UNESCO desde 1999.
Fim da mutilação genital feminina – Como diretor executivo do Comitê Interafricano de Práticas Tradicionais Danosas (conhecido pela sigla IAC), Morissanda Kouyate lidera esforços para o fim da violência contra as mulheres na África, incluindo mutilação genital feminina. Ele já recebeu vários prêmios humanitários internacionais pelo seu trabalho.
Ele criou o IAC em 1984 em Dakar, no Senegal, quando a mutilação genital feminina era muito controversa e um assunto muito sensível para discussão. Esta organização objetiva, através da educação, mudar atitudes relacionadas à prática e permitir que crianças e mulheres africanas exerçam completamente seus direitos humanos, livres das consequências da mutilação e outras práticas lesivas.
O Comitê é parceiro da agência da ONU para direitos reprodutivos (UNFPA), da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da agência da ONU para crianças (UNICEF).
O prêmio Mandela foi estabelecido por resolução da Assembleia Geral da ONU em junho de 2014, para reconhecer as conquistas daqueles que dedicam suas vidas a serviço da humanidade, ao promover propósitos e princípios das Nações Unidas, enquanto honram a vida de Nelson Mandela e um legado de reconciliação, transição política e transformação social.
O comitê selecionador, presidido pelo presidente da Assembleia Geral, recebe as indicações de estados-membros da ONU, organizações intergovernamentais e ONGs.
O prêmio é uma das maneiras da ONU celebrar a vida e o legado de Nelson Mandela, primeiro presidente democraticamente eleito da África do Sul e um ativista de direitos que foi fundamental em acabar com a era de racismo do apartheid no país. O Prêmio 2020 foi concedido antes do Dia Internacional Nelson Mandela, em 18 de julho.