ONGs e setor privado vão investir mais de US$ 2 bilhões na saúde de mulheres e meninas

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Foto – Malawi – ONU

Com informações da ONU

Estados-membros e parceiros das Nações Unidas liberarão mais de 2 bilhões de dólares para a promoção da saúde e do bem-estar de mulheres, meninas e adolescentes em todo o mundo. A verba é resultado de 23 novos compromissos firmados em setembro entre doadores e a iniciativa do secretário-geral da ONU “Cada Mulher, Cada Criança”.

Os recursos vão contribuir para a implementação da estratégia da campanha para o período de 2016 a 2030. Alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), as metas incluem a redução da mortalidade materna global a uma taxa menor do que 70 por cada 100 mil nascimentos e a diminuição da mortalidade neonatal em todos os países a menos de 12 por cada mil bebês nascidos.

Acabar com as epidemias de HIV, tuberculose, malária, doenças tropicais negligenciadas e outras patologias infecciosas também é uma das prioridades da nova etapa da “Cada Mulher, Cada Criança”. O programa prevê também queda em um terço do número de mortes causadas por doenças não transmissíveis.

Outras metas da estratégias 2016-2030 envolvem não apenas o combate a ameaças de saúde pública, mas também a garantia de serviços adequados de saúde reprodutiva e sexual e de planejamento familiar. A iniciativa planeja promover ainda oportunidades iguais de aprendizado, educação e emprego para meninas e meninos.

Parceiros renovam compromissos

Em evento paralelo à 71ª sessão da Assembleia Geral, ao final de setembro, doadores se reuniram na sede da ONU para celebrar as atividades da “Cada Mulher, Cada Criança” desenvolvidas desde 2010, ano em que foi criada, e reiterar seu apoio à iniciativa.

“Para alcançar os ODS, precisamos de mais investimentos em saúde reprodutiva, materna, neonatal, infantil e dos adolescentes”, alertou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, durante o encontro que contou com a participação também da primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, e de dirigentes de ONGs e empresas.

Ban afirmou que o projeto se consolidou como um “lindo modelo que pode ser replicado em diferentes contextos”. Lembrando de suas viagens ao lado da “Cada Mulher, Cada Criança” em países que sofrem com a ausência de serviços adequados, o chefe da ONU disse ter sido inspirado por “histórias de dificuldades e de conquistas e pelo compromisso de profissionais de saúde e das comunidades”.

Entre as novas promessas de recursos para a iniciativa, está uma contribuição de 2 bilhões de dólares da organização não governamental Save the Children. O montante será distribuído tanto para contextos de crise humanitária, quanto para situações onda a ajuda internacional é focada em desenvolvimento a longo prazo. Contribuições do setor privado ultrapassaram a soma de 57 milhões de dólares.

A empresa de gerenciamento de resíduos Banka BioLoo se comprometeu oferecer soluções acessíveis para problemas de saneamento para 200 mil mulheres e meninas na Índia. Cerca de 3 mil escolas devem ser beneficiadas até 2020 e 120 meninas de famílias de baixa renda passarão a ter acesso a tratamento adequado de esgoto.

Já a companhia SHE pretende melhorar o acesso de 250 mil jovens de Ruanda a métodos para lidar com a menstruação até o final de 2017.

Compromissos também vieram de países do Caribe, que planejam aumentar as oportunidades de desenvolvimento para mulheres e meninas a partir do ano que vem e até 2021.

Estimativas indicam que, globalmente, o retorno dos investimentos na saúde do público feminino pode chegar a dez vezes o valor gasto na promoção do bem-estar — que gera mais participação das mulheres no mercado de trabalho, mais contribuições sociais e mais progressos na área de educação.