Organização Médicos Sem Fronteiras denuncia condições desumanas de detidos na Líbia

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Women and children in detention centre – Foto de MSF

Com informações da organização Médicos Sem Fronteiras

Refugiados e migrantes mantidos arbitrariamente no centro de detenção de Sabaa, em Trípoli, sofrem com taxas alarmantes de desnutrição aguda. Eles também estão sujeitos a péssimas condições de alojamento, vivendo em locais com apenas 0,7 m² de espaço por pessoa, de acordo com relatório da organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Existem atualmente mais de 300 detidos em Sabaa, incluindo mais de 100 crianças com menos de 18 anos. MSF pede às autoridades líbias e à comunidade internacional que deem atenção e busquem uma solução urgente para as condições desumanas e perigosas nos centros de detenção da Líbia.

Avaliações nutricionais publicadas em um novo relatório de MSF indicam que quase 25% das pessoas detidas no centro estão desnutridas ou abaixo do peso, sendo que as crianças são significativamente mais propensas que os adultos a sofrer de desnutrição grave e moderada.

No dia 21 de fevereiro, MSF começou a fornecer rações de comida de emergência em Sabaa para tratar da grave escassez de alimentos e melhorar a saúde das pessoas encarceradas. No mesmo dia, uma equipe médica de MSF descobriu 31 pessoas presas em uma pequena sala de apenas 4,5 m por 5 m, permitindo apenas 0,7 mde espaço por pessoa. Não havia espaço para se deitar, a sala não tinha latrinas e as pessoas eram forçadas a urinar em baldes e garrafas de plástico. Apesar das repetidas solicitações de MSF para que fossem transferidos para um espaço mais apropriado, as pessoas continuaram detidas nessa sala por mais de uma semana.

“O que vemos hoje neste centro de detenção é sintomático de todo um sistema sem controle, para o qual não há justificativa e irresponsável, que coloca em risco a vida de refugiados e migrantes. O fato de que a Europa também está contribuindo para esse sofrimento por meio de políticas que permitem que as pessoas resgatadas no mar sejam devolvidas à força para condições de detenção desumanas na Líbia é totalmente inconcebível”, afirma Karline Kleijer, chefe de emergências de MSF.

O relatório está disponível em inglês. Para acessá-lo, clique aqui