O Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão, comemorado em 25 de março, lembra os milhões de africanos que foram retirados à força de suas pátrias durante um período de mais de 350 anos.
“O tráfico transatlântico de escravos gerou profundas desigualdades dentro das sociedades. As economias prosperaram a um grande custo humano: indústrias inteiras foram construídas sobre o sofrimento de outros seres humanos”, disse o diplomata e acadêmico nigeriano, Tijanii Muhammad-Bande.
Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lembrou que o racismo é a razão pela qual fora da África, as pessoas de ascendência africana estão, muitas vezes, entre as últimas na fila dos cuidados de saúde, educação, justiça e oportunidades de todo o tipo.
“Precisamos levantar a nossa voz contra todas as expressões de racismo e comportamentos racistas, precisamos urgentemente desmantelar estruturas racistas e reformar instituições racistas. Só podemos avançar enfrentando juntos o legado racista da escravatura”.
Muhammad-Bande pediu aos países que reconheçam a contribuição dos povos de ascendência africana e apelou para o fim da escravidão moderna, cujas vítimas são cerca de 40 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente mulheres e crianças.
O Dia Internacional da Memória das Vítimas da Escravatura e do Comércio Transatlântico de Escravos é comemorado anualmente em 25 de Março desde 2007. Uma cerimônia comemorativa, exposição e outros eventos são normalmente realizados na sede da ONU em Nova Iorque, mas foram cancelados este ano devido à pandemia da COVID-19.
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