ONU identifica crimes contra a humanidade cometidos por militares no Sudão do Sul

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Sudão do Sul - UN
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Com informações da ONU

A Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas no Sudão do Sul identificou mais de 40 militares de alta patente acusados de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. As acusações fazem parte de um relatório lançado esta sexta-feira (23). O documento deve ser usado para responsabilizar os autores em tribunais e para outros mecanismos previstos no Acordo de Paz assinado em 2015.

O documento inclui dezenas de relatos de violência. Pessoas a quem foram retirados os olhos, castradas, degoladas. Crianças que foram obrigadas a combater e matar, depois de forçadas a presenciar o assassinato de familiares.

Segundo a comissão, as crianças representam um quarto de todas as vítimas de violência sexual, num conflito onde “as violações atingiram níveis grotescos”. Uma mulher disse que o filho, de 12 anos, foi obrigado a estuprar a própria avó para sobreviver. A mesma mulher viu o marido ser castrado.

A ONU diz que o Sudão do Sul tem a crise de refugiados com crescimento mais rápido. Desde 2013, cerca de 4 milhões de sul-sudaneses fugiram de suas casas.

O documento foi preparado pela Missão da ONU no país (UNMISS) e o Escritório de Direitos Humanos. Entre julho de 2016 e dezembro de 2017, os investigadores encontraram mais de 60 incidentes de violação do direito de expressão, atingindo 102 pessoas.