ONU faz alerta sobre situação humanitária na República Centro-Africana

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Republica Centro-Africana - ONURio –  A violência na República Centro-Africana (RCA)  já matou mataram milhares e deixou 750 mil pessoas desalojadas. “Dada a gravidade das violações contínuas em um ambiente de total impunidade, a RCA está à beira de crimes atrozes”, disse o assessor especial da ONU sobre a Prevenção do Genocídio, Adama Dieng, ao final de uma visita ao país, onde o conflito que durou um ano se transformou, nas últimas duas semanas, em confrontos entre cristãos e muçulmanos.

Dieng, juntamente com a representante especial da ONU para Crianças em Conflitos Armados, Leila Zerrougui, e a representante especial para Violência Sexual em Conflitos, Nancee Oku Bright, alertaram para as consequências desastrosas do conflito, especialmente para as crianças que foram mortas, mutiladas, submetidas a violência sexual e recrutadas por grupos armados desde o início da violência em março de 2012.

Eles destacaram a necessidade urgente de reforçar a capacidade e os recursos do Escritório da ONU para a Construção da Paz Integrada na RCA, bem como o Sistema das Nações Unidas como um todo, para garantir uma resposta adequada e eficiente para a crise.

UNICEF: 2,3 milhões de crianças são afetadas pela crise

O conflito obrigou crianças a abandonarem suas casas e, em alguns casos, se separarem de suas famílias. Suas escolas foram saqueadas, seus professores foram alvos de ataques e suas salas de aula ocupadas por grupos armados. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima que 2,3 milhões de crianças são afetadas pela crise, incluindo milhares que foram recrutadas ou re-recrutadas por grupos armados.

“Não há desculpa para não termos conseguido proteger as crianças da RCA”, disse Zerrougui. “Precisamos protegê-las do mal, reunir ex-crianças-soldados com suas famílias, reforçar o acompanhamento e a elaboração de relatórios sobre as graves violações dos direitos das crianças e proporcionar-lhes o acesso seguro à assistência e educação humanitária”.

Durante uma reunião com os três representantes das Nações Unidas, o chefe do governo de transição, Michel Djotodia, concordou em permitir o acesso livre e regular a todos os acampamentos no país para que as ex-crianças-soldados possam ser protegidas pelo UNICEF e reunidas com suas famílias. A ação foi considerado por Zerrougui como um “passo essencial” para o processo da reintegração de crianças.

Os representantes da ONU, que também se reuniram com o Conselho Nacional de Transição, diplomatas, líderes religiosos, sociedade civil, fórum das mulheres, pessoas deslocadas internamente, vítimas de violações de direitos humanos e funcionários humanitários e da ONU, expressaram alarme sobre os numerosos relatos de ataques deliberados e atos de retaliação contra a população civil, principalmente com base na religião.

Ao longo das últimas duas semanas, cristãos e muçulmanos lançaram ataques mútuos de represália dentro e próximo da capital Bangui, onde cerca de 210 mil pessoas foram expulsas de suas casas. Segundo a agência da ONU para refugiados (ACNUR), cerca de 750 mil pessoas foram deslocadas, de uma população total de 4,6 milhões, sendo que 40 mil fugiram para países vizinhos.

Com informações da ONU