Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) demonstrou na quinta-feira (29) preocupação com o retorno forçado de refugiados em Camarões para o nordeste da Nigéria, em meio à ausência de condições para o retorno seguro dessas populações.
“O retorno involuntário de refugiados precisa ser evitado sob quaisquer circunstâncias”, disse o alto-comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi, em comunicado enviado à imprensa.
Em março, o ACNUR manifestou preocupação com incidentes de retorno forçado em áreas fronteiriças. Mais recentemente, a agência alertou que um alto número de refugiados estava retornando do campo de Minawao com destino a locais não preparados para recebê-los.
No incidente mais recente, ocorrido em 27 de junho, cerca de 880 refugiados nigerianos, a maioria crianças, foram encurralados e removidos à força para Banki, na Nigéria, em condições precárias.
Eles foram repatriados em seis caminhões fornecidos por militares nigerianos e pela polícia de Camarões em Kolofata. Isso ocorreu depois que o governo camaronense deu prazo de sete dias para os nigerianos retornarem a seu país de origem.
Na Nigéria, a insegurança está prejudicando a volta dos refugiados. A agência da ONU apela repetidamente para que as autoridades camaronenses permitam que os nigerianos recém-chegados se dirijam ao campo de Minawao, onde cerca de 58 mil estão abrigados, além de outros 33 mil instalados em vilarejos nas proximidades.
O ACNUR renovou seu pedido para que Camarões e Nigéria impeçam novos retornos forçados, solicitando que os dois países tomem medidas urgentes para convocar uma reunião da comissão tripartite para assegurar um processo de retorno voluntário facilitado, seguindo os padrões internacionais.