Por Susan de Oliveira, Por dentro da África
Nuno Álvaro Dala está em greve de fome há 27 dias, internado no Hospital-Prisão São Paulo, e infelizmente as ações em solidariedade a ele e aos outros 16 ativistas condenados ainda não repercutiram de forma a mobilizar a atenção de um número expressivo de pessoas, tal como ocorreu com Luaty Beirão.
Saiba mais sobre o processo dos ativistas angolanos
Nuno Dala, 31, está em greve de fome desde que foi levado à Cadeia de Viana, arredores de Luanda, no dia 7 de março de 2015, por não comparecer ao Tribunal naquela manhã. Ele escreveu uma carta alertando para a situação precária em que se encontrava, desde junho de 2015, a qual o levou ao último recurso de um protesto tão radical. Ele esperava que, ao entrar em prisão domiciliar, recebesse de volta os documentos, cartões de banco e seus exames médicos para que pudesse auxiliar a família e seguir o tratamento de saúde. Nuno se encontra fragilizado física e psicologicamente, com o agravante de ser diabético, e espera que seu protesto seja ouvido, repercutido e atendido enquanto há tempo.
Ele é professor universitário e investigador, vivia com a irmã e o irmão, ambos mais novos. Quando foi preso, em 20 de junho, a filha de Nuno tinha apenas três semanas de vida e o período de prisão domiciliar foi também o pouco de tempo em que ele conseguiu dar à pequena Joaquina a presença do pai.