Desde o final de dezembro, mais de 5 mil refugiados da República Centro-Africana chegaram ao sul do Chade. A onda de deslocamento forçado foi motivada por escalada de violência no noroeste do território centro-africano.
Os que chegaram ao Chade vêm da cidade Paoua, palco de confrontos recentes entre o Movimento Nacional pela Liberação da Centro-África e o grupo Revolução e Justiça. Outros 20 mil habitantes do local fugiram da violência, mas permaneceram dentro da República Centro-Africana, segundo estimativas coletadas pela Agência da ONU para Refugiados.
Trata-se do maior deslocamento de refugiados oriundos da República Centro-Africana, superando o total de 2017, ano em que cerca de 2 mil centro-africanos fugiram para o Chade. Muitos deles denunciaram violações generalizadas de direitos humanas cometidas por grupos armados nas aldeias fronteiriça.
O Chade acolhe mais de 75 mil refugiados da República Centro-Africana – de um total de 538 mil vivendo em países vizinhos. Durante o segundo semestre de 2017, a situação da nação em crise se deteriorou seriamente. A violência armada e os ataques contra trabalhadores humanitários e agentes de paz provocaram um aumento de 50% no número de deslocados internos, que já somam 600 mil indivíduos. Em maio do ano passado, o número era de 400 mil.