A situação de direitos humanos na Líbia é sombria, descreve um relatório produzido conjuntamente pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) e a Missão de Apoio da ONU no país (UNSMIL) e divulgado nesta terça-feira (10). O documento cobre o período de 2014.
Anunciado pelo porta-voz do ACNUDH, o relatório descreve uma situação de “agitação” e “anarquia”, inflamado por vários grupos armados que competem entre si e um aprofundamento da crise política. Dentro deste contexto, o documento pede por um reforço das instituições do Estado, responsabilização das violações de direitos humanos e apoio ao diálogo político contínuo.
“Eu continuarei a lutar como médica, mulher e líbia”, disse pediatra que participou da revolução
A violência no país, incluindo nas duas principais cidades, Trípoli e Bengazi, está afetando gravemente aos civis. Artilharia indiscriminada e bombardeios sãos comuns, com a infraestrutura do país sendo danificada ou usada para propósitos militares.
O número de deslocados cresceu de 60 mil no começo do ano para cerca de 400 mil ao final de 2014. Vários setores da sociedade são vítimas de ataques, desde crianças até jornalistas, defensores de direitos humanos, juízes, imigrantes, políticos e mulheres com cargos públicos.
Veja o especial sobre a Líbia do Por dentro da África
A intimidação e ataques sofridos por membros do judiciário, que inclui atentados aos tribunais, ataques físicos, sequestros de indivíduos e seus familiares, ajuda a explicar a hesitação e a ruptura do sistema de justiça, que não funciona em algumas partes do país.
As evidências retratadas no relatório serão apresentados oficialmente no Conselho de Direitos Humanos em março de 2015.