Com informações do Human Rights Watch
“A abertura do julgamento de Hissène Habré, 25 anos após ele ter fugido do Chade, é uma homenagem aos sobreviventes de seu governo brutal que nunca desistiram lutando por justiça”, disse Reed Brody, advogado da Human Rights Watch.
Habré será julgado perante as Câmaras Extraordinárias africanas no sistema judicial do Senegal. As câmaras foram inauguradas pelo Senegal e pela União Africano, em fevereiro de 2013 para indicar mais responsáveis pelos crimes internacionais cometidos no Chade.
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Depois de ter sido deposto por um golpe de Estado pelo Presidente Idriss Déby, o ex-ditador fugiu para o Senegal. Em maio de 1992, uma comissão de verdade foi formada no Chade por Déby. O corpo de dez membros culpou o governo de Habré pela morte de cerca de 40.000 pessoas. A Comissão informou que, em seu governo, o ex-ditador utilizava métodos que incluíam espancamento, queimadura, extração de unha e chicotadas. O julgamento está previsto para durar três meses, com cerca de 100 depoimentos de testemunhas.
“Este caso é um marco na luta para prender os autores de atrocidades que cometem seus crimes na África e no mundo. Levou muitos anos, mas no final, um grupo de sobreviventes tenazes mostrou que um ditador pode ser levado à justiça” – disse Brody em comunicado à imprensa.