Nesta quinta-feira, foi assinado o acordo que tem a intenção de acabar com a crise que deixou quase 2,4 milhões de líbios dependentes de assistência humanitária e a infiltração no país de grupos terroristas.
Em uma sessão informativa ao Conselho de Segurança, o representante especial do secretário-geral e chefe da Missão da ONU de Apoio na Líbia (UNSMIL), Martin Kobler, disse que os diálogos realizados na capital da Tunísia entre as partes alcançaram o consenso sobre várias questões pendentes. Com isso, a data para a assinatura pode ser, finalmente, estabelecida.
“Decisivamente, os participantes do diálogo político destacaram a urgência, o fator tempo. A Líbia está em uma corrida contra o tempo, seu próprio tecido social, unidade nacional e integridade territorial estão diretamente em perigo pelas forças do extremismo e do terrorismo, como o Da’esh (também conhecido como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante ou ISIL), que estão se consolidando e buscando estender sua influência além das áreas sob seu controle imediato”, disse Kobler.
A economia do país desmorona com prejuízos na indústria do petróleo e o esgotamento das reservas do governo. Quase 2,4 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária e há 435 mil pessoas deslocadas internamente, além de centenas de milhares de refugiados e migrantes.
Os países vizinhos já tinham expressado sua preocupação que a crescente instabilidade do país poderia ocasionar uma expansão do terrorismo para a região. “Mas em face a tudo isso, os líbios estão fortemente unidos em um ponto-chave”, afirmou Kobler. “Líbia não pode esperar mais pela paz, chegou o momento de decretar a paz.”
O representante, no entanto, destacou que as partes líbias contam com o apoio do Conselho de Segurança e da comunidade internacional nesta transição, no combate ao Da’esh e na assistência humanitária. Este apoio deve traduzir-se também em uma declaração pública de suporte ao Acordo Político que “envie uma mensagem clara para aqueles cujas agendas estreitas permanecem no caminho para a paz”, concluiu o representante