Por Fernando Guelengue, Por dentro da África
Luanda – O ativista angolano Manuel Nito Alves, condenado a quatro anos e seis meses de prisão por rebelião, tentativa de golpe de Estado e associação de malfeitores, denunciou, nesta segunda-feira, ter sofrido uma tentativa de assassinato.
-No último sábado, quando eu deixava a casa da minha mãe na companhia de alguns colegas, me deparei com quatro policiais que estavam fardados e dois homens do SIC (Serviços de Investigação Criminal). Eles apontaram uma arma contra o meu corpo dizendo as seguintes palavras: “Tu irás morrer, estás na lista e está chegando o seu momento. Nós só estamos esperando a oportunidade e as ordens superiores”, denunciou o jovem que vive em Luanda.
Nito disse que, após a ameaça, sua mãe, Dália Chivonde, e seus colegas ficaram com muito medo, mas ele não. O angolano afirmou ter reconhecido um dos policiais como um dos membros da equipe que o monitorava durante a sua prisão domiciliar.
‘Eu não temo pela minha vida. Vocês para mim são farrapos humanos que perseguem aqueles que pensam diferente. Continuarei defendendo a retirada do poder do presidente josé Eduardo dos Santos’.
Em junho do ano passado, o pai do ativista acusou o governo de prejudicar seu filho quando ele, advogados e familiares foram impedidos de visitá-lo na prisão. Nito Alves foi preso e condenado no caso conhecido como 15+2. Hoje, ele está em liberdade condicional à espera da decisão do Tribunal Supremo.
Acusados de “alterarem a ordem pública do país”, os ativistas angolanos foram presos no dia 20 de junho de 2015. Um ano depois, devido a muita pressão internacional, eles foram libertados. Apesar da condenação, respondem o processo em liberdade.
Saiba mais sobre o caso 15+2 no especial do Por dentro da África.