Um novo relatório das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos no Sudão do Sul descreve uma série de violações, incluindo casos de civis queimados vivos e estupros coletivos.
A escala da violência sexual é particularmente chocante. Segundo o Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (OHCHR), de abril a setembro do ano passado, a ONU registrou mais de 1.300 relatos de estupro em apenas um dos dez estados do Sudão do Sul.
Desde 2013, todas as partes envolvidas no conflito têm realizado, “ataques contra civis, estupros e outros crimes de violência sexual, além das prisões e detenções arbitrárias, raptos e privação de liberdade, desaparecimento, incluindo desaparecimentos forçados e ataques contra as Nações Unidas e instalações de manutenção da paz”, diz o relatório.
Diante da amplitude e profundidade das alegações, o relatório conclui que existam motivos razoáveis para crer que as violações possam constituir crimes de guerra. O subsecretário-geral para os Direitos Humanos Ivan Simonovic disse que o relatório vai além das violações e ressalta a necessidade de quebrar o ciclo de violência. “Um dos principais problemas é que estupro é aceito no Sudão do Sul. A violação acontece na presença de membros da família e as mulheres são forçadas a marchar pela rua se roupas”, acrescentou.
Ressaltando a importância de levar criminosos à justiça, Ivan disse à imprensa que o mais indicado seria formar um tribunal híbrido constituído por juízes nacionais e estrangeiros, é um bom ponto de partida para punir os culpados.