Com o objetivo de celebrar parcerias que impulsionaram o desenvolvimento de países da África e marcaram as relações entre brasileiros e africanos nos últimos anos, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lançaram uma publicação sobre as parcerias com Argélia, Benim, Botsuana, Senegal e Togo. Leia a publicação aqui
Desenvolvidas pela ABC, as iniciativas de Cooperação Sul-Sul são possíveis graças ao conhecimento técnico e às parcerias estabelecidas com as instituições brasileiras cooperantes e com os governos dos países estrangeiros participantes de cada projeto.
Segundo o oficial de programa em Cooperação Sul-Sul do PNUD, Daniel Furst, as ações foram implementadas no âmbito do projeto de Consolidação da Cooperação Técnica Sul-Sul brasileira, que atua por meio do compartilhamento, com os países parceiros, de conhecimentos e know-how técnico das instituições nacionais como inspiração para o desenvolvimento de políticas públicas adequadas às realidades locais.
O coordenador-geral de África, Ásia, Oceania e Oriente Médio da ABC, Nelci Caixeta, contou que esses projetos já se encerraram. No entanto, eles renderam novas fases e propostas de cooperação técnica. “A Argélia, por exemplo, a partir da execução do projeto, apresentou mais cinco propostas a fim de expandir a ourivesaria e o artesanato para outras regiões do país, bem como um pedido de reforço para a produção do artesanato em couro”, afirmou.
Argélia – Preciosidade do Saara
Na Argélia, a cooperação de uma década com o Brasil resultou no compartilhamento de técnicas modernas de joalheria, em especial na região de Tamanrasset, rica em material geológico a ser lapidado.
Um dos principais resultados dessa iniciativa, que completou dez anos em 2018, foi a implantação de uma escola-piloto, onde tem sido realizadas capacitações para o aperfeiçoamento dos artesãos de Tamanrasset e de outras regiões do país. Para tanto, especialistas brasileiros compartilharam com os artesãos argelinos novas técnicas de trabalho com joias, mais modernas, e que propiciam melhores condições laborais, utilizando maquinários e equipamentos doados pelo Brasil.
Benim – Desenvolvimento do Cooperativismo Rural
No Benim, especialistas brasileiros capacitaram professores de Cotonou, a capital econômica do país, sobre como o cooperativismo e a agricultura familiar podem caminhar juntos com a sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente.
A primeira etapa envolveu a capacitação do corpo docente da Escola Agrícola Médji de Sékou (LAMS). Ao todo, 28 professores multiplicadores foram capacitados sobre empreendedorismo, cooperativismo e agroecologia. Eles, por sua vez, repassarão seus conhecimentos a outros docentes e egressos do LAMS.
Botsuana – Juntos, somos mais fortes
O projeto de cooperação técnica entre Brasil e Botsuana capacitou pequenos produtores da região de Kweneng North a fortalecer a agricultura local por meio do cooperativismo.
Em 2014, o Brasil recebeu a visita de 20 botsuanenses para dar início ao projeto. No primeiro momento, dez dirigentes do governo do Botsuana e produtores de Kweneng North puderam aprender como uma cooperativa funciona. Já no fim daquele ano, outros dez, entre representantes do Ministério da Agricultura e produtores daquela região, também visitaram o Brasil para outra capacitação. No ano seguinte, tiveram início as formações em Botsuana.
Senegal – Apoio ao desenvolvimento do Projeto PAIS
A colaboração entre o Brasil e o Senegal levou infraestrutura e técnica a pequenos produtores familiares no intuito de produzir renda e gerar emprego.
Em 2012, especialistas brasileiros trabalharam no desenvolvimento do projeto de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), sistema que integra técnicas simples de produção agrícola baseadas em modelos utilizados por pequenos produtores. Ele ensina famílias de baixa renda a cultivar em sua propriedade rural, de forma sustentável e rentável, empregando os recursos disponíveis no próprio local.
Togo – Aumento da produção de mandioca
A cooperação técnica entre Brasil e Togo compartilhou com especialistas e produtores africanos técnicas de plantação, colheita e processamento da mandioca.
Os primeiros cursos foram ministrados no Brasil, em junho de 2011, no Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura (CNPMF) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Cruz das Almas (BA), e foram um primeiro passo no compartilhamento do conhecimento brasileiro.
Dois anos depois, a ABC e a Embrapa organizaram mais uma capacitação, agora em solo africano, na capital Lomé. A ideia era formar os especialistas togoleses em qualidade física, fisiológica e fitossanitária das sementes de mandioca, iniciativa alinhada com a política de modernização da agricultura no Togo, promovida pelo governo, e que contribuiria com o melhoramento dessa cultura no país.