Rio – Nesta semana, as Nações Unidas e o governo de Madagascar lançaram uma campanha de controle de gafanhotos para o tratamento de mais de 2 milhões de hectares de áreas infestadas, em uma tentativa de evitar uma crise alimentar que pode afetar cerca de 13 milhões de pessoas no país.
– Dos 13 milhões de pessoas em situação de risco, 9 milhões são diretamente dependentes da agricultura para obter alimentos e renda – disse o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em Madagascar, Patrice Talla.
As operações para identificar e mapear as áreas que necessitam de tratamento por pesticidas devem ter início nesta semana, disse a FAO em um comunicado à imprensa. Entretanto, levantamentos de campo realizados em uma base mensal desde fevereiro continuam.
A aquisição de pesticidas, veículos e equipamentos para operações de levantamento e de controle também está em andamento. Operações de pulverização estão previstas para começar no final de outubro, após o início da estação chuvosa.
A praga de gafanhotos em Madagascar começou em abril de 2012, prejudicando grandes áreas de terras de cultivo e pastagens. Embora os gafanhotos tenham atingido principalmente o sul do país, no final de 2013 e início de 2014 alguns insetos são esperados para chegar às regiões mais produtivas do norte.
Uma missão de avaliação realizada pela FAO no início deste ano constatou que as perdas de arroz e milho em decorrência da ação de gafanhotos em algumas partes do país variam de 40 a 70% da safra, com 100% de perdas em certas parcelas.
A agência estima que as perdas na produção de arroz pode ser de até 630 mil toneladas, ou cerca de 25% do total da demanda para o arroz em Madagascar. O arroz é o principal alimento do país, onde 80% da população vive com menos de um dólar por dia.
Esta é a primeira das três campanhas de controle de gafanhotos sucessivas que acontecerão entre setembro de 2013 e setembro 2016, como indicado em um programa de três anos, elaborado conjuntamente pela FAO e pelo ministério da Agricultura de Madagascar.
Até agora, a FAO conseguiu obter 23 milhões de dólares para o programa, que custará 41,5 milhões de dólares ao longo de três anos. As negociações para novos financiamentos estão em um estágio avançado, embora milhões de dólares ainda sejam necessários para completar o programa completo.
Com informações da ONU