Douglas Oliveira, Por dentro da África
Maseru, Lesotho -Visitar Lesotho é como fazer uma viagem no tempo, é como voltar há uns 2000 anos! O país é cheio de montanhas e a maior parte da população sobrevive da agricultura. É muito comum ver pastores conduzindo rebanhos de gado e de cabras ao longo das estradas que cortam o país, conhecido como o “Reino do Céu”, porque o ponto mais baixo fica a cerca de 1000 metros acima do nível do mar!
Lesoto é praticamente “um país dentro de outro país”, isso porque todas as suas fronteiras fazem divisa com a África do Sul! Para entender melhor, é como o Distrito Federal, que fica dentro do estado de Goiás!
Logo pela manhã, eu deixei a África do Sul e passei pelo controle de imigração do país. Após 4 horas de viagem, partindo de Johanesburgo, eu recebi um carimbo no meu passaporte e cruzei a fronteira!
Nos primeiros minutos em Maseru, capital do país, é possível avistar vilarejos e pessoas que, para os que moram na cidade grande, vivem como se estivessem parado no tempo! Durante a subida da cordilheira, a sensação é de estar em um filme no idioma sesotho – a língua oficial do país.
Quanto mais a gente sobe, mais frio fica. No mês de novembro, quando eu visitei o país, ainda não havia neve, mas o frio era de congelar. A arquitetura das casas é bem particular, elas parecem que têm o mesmo tamanho. É, certamente, algo que identifica o país.
Enquanto a gente conhece as aldeias, recebe dos nativos algumas ofertas do principal souvenir do país: um chapéu de Lesotho. Eu comprei um desses!
Com mais de 2 milhões de habitantes de maioria cristã e um PIB de 5 bilhões de dólares, o país possui forte relação econômica com a África do Sul. Durante o apartheid, muitos homens foram trabalhar nas minas de ouro do país vizinho.
No passado, houve uma ligação política também. O país, que se tornou independente da Inglaterra em 1966, ofereceu asilo político a muitos sul-africanos que lutavam contra o regime do apartheid (1948-1994).
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Lesotho vive uma monarquia constitucional comandada hoje pelo rei Letsie III, que assumiu o poder em 7 de Fevereiro de 1996, sucedendo o pai, Moshoeshoe II. Um dos grandes desafios atuais é a luta contra o HIV. De acordo com o relatório da ONU para a AIDS de 2012, o país possui cerca de 360.000 pessoas vivendo com HIV, com uma prevalência do vírus entre os adultos de 23%.
Apesar de um cenário preocupante, o governo intensificou algumas medidas de combate à epidemia. No mesmo relatório, entre 2008 e 2011, a incidência de novos casos da doença caiu 16%.
Mas vamos às atrações deste país que desperta tanta curiosidade! Por aqui, há cavalgadas, maratonas de bike pelas montanhas, esportes radicais e muito mais!
Entre os pontos imperdíveis (montanhas, vales, rios) para o turista está a Maletsunyane Falls, uma das quedas dágua (de 192 metros de altura) mais famosas do país! Se você cruzar as fronteiras de Lesotho, é preciso dar uma passada por lá para admirá-la.
Outra super atração é a estação de esqui Afri Ski, que abriu suas portas em 2002. Para aqueles que acham que África Subsaariana só tem calor e savana, se enganam quando conhecem Lesotho. Aqui faz muito frio, neva mesmo! De maio a setembro, as temperaturas podem chegar a -18! Inacreditável!
E não são só africanos que passam por aqui. A estação, que está a 3000 de altitude, na Maluti Mountains, recebe visitantes de todo o mundo. Vale muito a pena conhecer! Conheça um pouco mais na exposição virtual:
Douglas Oliveira é diretor de fotografia e trabalhou como correspondente na África
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