Cinco corredores de provas de meia-distância do Sudão do Sul, até recentemente vivendo no campo de refugiados de Kakuma, no Quênia, deixaram a capital Nairóbi para compor o primeiro time olímpico de refugiados, que participará dos Jogos Olímpicos 2016 no Rio de Janeiro, informou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) nesta sexta-feira (29).
“Estou muito animada. Esta é a primeira chance de os refugiados participarem de uma Olimpíada, o que nos dá esperança para que possamos encorajar as gerações mais jovens que estão nos campos a continuar impulsionando seu talento”, disse Rose Nathike Lokonyen, de 23 anos, antes do embarque.
Os cinco atletas — duas mulheres e três homens — vão se unir a outros cinco de Síria, República Democrática do Congo (RDC) e Etiópia para fazer história ao participar do primeiro time olímpico de refugiados.
A equipe de dez integrantes, apoiada pelo ACNUR e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), foi criada para levar as atenções do mundo à magnitude da crise de refugiados global e para servir de símbolo de esperança aos refugiados no mundo todo.
“Temos uma mensagem para dizer ao mundo: viemos como refugiados, viemos como embaixadores dos refugiados, agora estamos aqui para mostrar que podemos fazer tudo que outros seres humanos podem fazer, e também promover a paz no mundo”, disse Yiech Pur Biel, de 21 anos.
O alto comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi, elogiou os jovens atletas. “A participação deles nas Olimpíadas é um tributo à coragem e à perseverança de todos os refugiados para superar as adversidades e construir um futuro melhor para eles e suas famílias”, disse Grandi em comunicado recente.
Oficialmente, os atletas vão competir pelo time olímpico de refugiados e caminhar com a bandeira olímpica imediatamente antes da delegação brasileira na cerimônia de abertura dos Jogos. As Olimpíadas ocorrem de 5 a 21 de agosto, enquanto os Jogos Paralímpicos, de 7 a 18 de setembro.
No início desta semana, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu o fim das hostilidades no mundo, enquanto os Estados-membros das Nações Unidas observam a histórica Trégua Olímpica durante os Jogos.
“Uma trégua nas hostilidades manifestará os valores que os Jogos buscam promover: respeito, amizade, solidariedade e igualdade”, disse Ban em sua mensagem.