Um ano após a Equipe Olímpica de Atletas Refugiados fazer história nos Jogos Rio 2016, cinco atletas refugiados estão representando milhões de outros deslocados forçados no Campeonato Mundial de Atletismo, em Londres. Duas integrantes da equipe, Anjelina Lohalith e Rose Lokonyen, participaram das Olimpíadas no ano passado — e voltaram às pistas de corrida em busca de novos desafios.
Anjelina disputou a prova dos 1,5 mil metros rasos na abertura do torneio da capital inglesa, que teve início na última sexta-feira (4) e segue até o próximo domingo (13). Mesmo decepcionada por não ter conseguido passar para a próxima rodada, a corredora diz que sua participação individual será um motivo para continuar na disputa. “Não devo desistir. Quero continuar treinando mais ainda e acredito que serei como eles [os outros atletas]”, disse, após disputar a prova.
Alguns membros da equipe formada para disputar o campeonato em Londres estão treinando há três anos, enquanto outros tiveram apena alguns meses para se preparar. Deslocados de suas casas ainda bem jovens, eles têm a oportunidade de um futuro melhor longe das zonas de conflito e dos campos de refugiados.
Ahmed Bashir Farah, colega de equipe de Anjelina, nunca participou de torneios mundiais e correu na prova dos 800 metros rasos. Apesar de ter entrado no time somente em março, o competidor conseguiu acompanhar o ritmo dos outros atletas. Ele não passou para a próxima fase, mas espera que essa oportunidade seja a primeira de muitas em competições internacionais.
Os cinco atletas vivem e treinam juntos com outros refugiados iniciantes no Quênia, em instalações e residências financiadas pela Tegla Loroupe Peace Foundation e também com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).
Dominic Lobalu, Rose Lokonyen – que correu os 800 metros rasos no Rio – e Kadar Omar compõem o restante da equipe que está em Londres e ainda têm outras competições ao longo desta semana.
Mesmo focados em avançar no Campeonato, os atletas sabem que não estão competindo apenas para eles. “Disputo em nome de todos os refugiados pelo mundo”, disse Anjelina. “Há muitas pessoas me apoiando e me vendo competir. E eu lhes dou muita espe