Com informações da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial
A comunidade Boqueirão, em Vitória da Conquista, na Bahia, é reconhecida como remanescente de quilombo desde 2005 e tem recebido ações do governo do estado, viabilizadas com recursos do Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa. No local, estão sendo construídas 84 unidades habitacionais, acompanhadas de cisterna para armazenamento de água da chuva. Representantes da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) visitaram as famílias quilombolas neste domingo (25), juntamente com a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), responsável pelas obras.
A titular da Sepromi, Fabya Reis, explicou que a iniciativa faz parte de um conjunto de medidas para povos e comunidades tradicionais da Bahia, num investimento total de R$ 55 milhões, direcionados através do Estatuto a diversas secretarias e órgãos. “O Estado tem trabalhado para materializar políticas voltadas à população negra, incluindo os segmentos tradicionais, visando promover seu desenvolvimento. Nossa missão é articular a estrutura governamental para construirmos e efetivarmos a interiorização das iniciativas”, explicou a secretária. De acordo com ela, os recursos também são aplicados em sistemas de abastecimento de água, perfuração de poços, ações na área da educação, dentre outras.
Avanços – O representante da Associação de Remanescentes do Quilombo do Boqueirão, Jovelino Batista, avalia que as medidas integrarão um conjunto de outras políticas públicas responsáveis pela melhoria da qualidade de vida da população tradicional. “Já somos reconhecidos pelos governos, o que nos ajuda muito. Aqui morreram muitas crianças com problemas de saúde, por exemplo, mas hoje já temos posto de saúde e escola também”, disse a liderança comunitária, afirmando que agora a esperança é avançar no processo de reforma agrária e titulação das terras para as famílias.
Vitória da Conquista no Fórum – O município de Vitória da Conquista integra o Fórum de Gestores Municipais de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, vinculado à Sepromi, reunindo diversas experiências na área da valorização e atenção ao segmento de população quilombola. “Somos um município ‘aquilombado’, com 32 comunidades reconhecidas, para as quais temos trabalhado diversas questões, a exemplo da Lei 10.639, que determina o ensino da história da África nas escolas”, explicou a coordenadora de Promoção da Igualdade Racial local, Elizabeth Lopes.