Por Ademir Barros dos Santos, Por dentro da África
Por que isto? É uma longa história. Como longa estava sendo sua vida. Afinal, Araminta sabia que seus constantes e incansáveis passos, marcados por seus pequenos pés, perfeitamente compatíveis com seu, apenas, metro e meio e altura, mais do que marcados no chão frio do sul dos Estados Unidos, tinham ficado indeléveis, para sempre, na consistentemente mal contada história das resistências à escravidão, não só naquele país, como também em toda a forçada diáspora imposta aos negros, a que foram todos, compulsoriamente, submetidos.
Mas Araminta, naquele 10 de março, tinha muito mais do que apenas isto para se orgulhar; portanto, resolveu entregar-se, embora displicentemente, às ainda vivas e múl-tiplas lembranças.
Foi então que, com algum método mas quase dormindo, recordou-se da sofrida infância de escrava, lá na longínqua província de Dorchester, no também longínquo estado norte-americano de Maryland, no sul escravista em que havia nascido; era claramente que se lembrava da extensa família de nove irmãos, dos quais ela era a quinta, a do meio.
Lembrava-se de dois de seus irmãos mais velhos, com quem brincava, e dos mais novos, a quem teve que ajudar a cuidar. Mas, pouco sabia das irmãs mais velhas, vendidas que foram, mesmo ao tempo dela nascer.
Lembrava-se claramente que, sendo todos escravos, as crianças mais velhas eram destinadas ao trabalho, assim como seus pais; às em pré-adolescência, ou ainda antes, como no caso dela, por não aptas ao esforço pesado, era dada a incumbência de cuidar das mais novas, enquanto os pais iam ao eito.
Lembrou-se que assim foi até seus 12 anos, quando foi alugada como babá; e que a partir de então, apanhava, rudemente, toda vez que o bebê branco de quem cuidava, chorava; não importando o motivo do tal choro.
Até por isto, começou a questionar porque tanto castigo, mesmo quando não havia feito nada que justificasse ser castigada; isto, porque desconhecia o Tratado do Mississipi que, firmado dois anos antes de seu nascimento, garantia, a Maryland, onde ela havia nascido, a manutenção do regime escravista imposto aos negros, quer africanos, quer de sua descendência. À qual ela mesma pertencia.
Porém, o incômodo se materializou quando um peso de um quilo, atirado, por um branco de péssima pontaria, contra um escravo rebelde, a atingiu na cabeça, causandolhe, para resto da vida, o risco de adormecer repentinamente, sem que ninguém soubesse a razão disto. E ela tinha, então, 12 anos, apenas!
Muito tempo depois, dizia ela, sobre o fato, que seus cabelos, “que jamais haviam sido penteados” e, naquele dia, “estavam no maior desalinho”, podem ter salvo sua vida.
Por isto, quase chorou quando se lembrou da dor da operação, quando não quis ser anestesiada, preferindo, apenas, morder uma bala de combate, conforme havia visto fazer os soldados do norte, operados no campo de batalha.
Só que sua operação era na cabeça; e era recente; e ela já havia avançado em idade. Porém, resistiu a tudo, conforme era de seu feitio. Pior ainda: depois da operação, apenas dizia mais ou menos assim, a quem abordava o tema: “abriram minha cabeça e mexeram nela. Doeu muito. Mas, estou me sentindo bem melhor”.
Foi então, que repentinamente, adormeceu. E em seu sonho, veio a lembrança da mudança de nome. Na confusão em que os sonhos costumam apresentar os fatos, lembrou-se que, ainda pequena e logo após seu acidente, já seu patrão a mandava para o pântano, verificar as armadilhas de rato. Que também a obrigava a arrastar toras de madeira. Que apanhava rudemente quando não conseguia desempenhar a contento, até por sua fragilidade, as tarefas duras a que era submetida.
Mas lembrou-se, sonhando, mais que tudo, da raiva que crescia dentro de si contra todo aquele incompreensível mundo que obrigava uma criança de seu pequeno tamanho e insignificante porte, a ficar longe de seus pais durante tanto tempo, sendo submetida a tão insuportável esforço.
Mais profundamente ainda, sua alma jogou, no sonho, a imensa dor da perda de suas irmãs, vendidas por seus donos. Por que eram seus donos? Por que podiam vender negros? Apenas porque brancos? Apenas porque eles eram negros?
Onde estariam suas irmãs? Vivas, mortas? Ricas, pobres? Escravas, livres? Estariam, elas, em algum estado que não admitia a escravidão? Teriam, de algum modo, alcançado a Pensilvânia?
Bendita Pensilvânia! Bendito William Penn, que havia fundado aquela colônia de quakers, cuja filosofia se assentava e repisava a igualdade entre todos os humanos. Benditos quakers, para quem brancos, negros, homens, mulheres, pobres, ricos, eram iguais. Benditos porque, por isto, não portavam armas, não aceitavam a escravidão!
Neste ponto, benditos os anglicanos que, por sua intolerância, provocaram a viagem daquele povo para as Américas. Onde passaram a servir de refúgio para os negros fugitivos do infamante regime escravista!
Não fossem eles, como Araminta Ross, já Harriet Tubman, teria conseguido conduzir, durante quase vinte viagens, tantos escravos fugidos pelos caminhos que vieram a ser chamados Railroad Underground, a ferrovia subterrânea, da qual ela fora a principal condutora?
Benditos quakers. Malditos escravistas das províncias do sul! Porém, não houvessem escravistas, e quem teria sido Harriet Tubman? Ninguém? Não! Ela agira na Guerra Civil; ela agira na luta pelo voto feminino. Ela estava ali, recolhida, por idosa, na sua própria casa; que havia transformado em abrigo para negros carentes. E ela, agora velha, era negra; e era carente…
Mas, estava em sua própria casa. Embora abrigo, era sua casa. E só era abrigo porque ela havia transformado sua casa nisto. O que também, e durante muito tempo, havia sido o seu grande sonho. Mas, com todo o sonho tem, por ofício e jeito, andar desconexo, aquele seu re-tornou a seu começo: como Araminta Ross havia se tornado Harriet Tubman? O que um nome tinha a ver com outro?
Foi quando aquela sombra distante veio se aproximando, e aproximando, e se agigantando, agigantando, até apresentar-se, sorriso sarcástico que, deslocadamente, lhe partia o rosto preto ao meio, dizendo, apenas e simplesmente: “Fuja você, que é escrava; eu sou negro, mas sou livre: estou muito bem aqui”.
Cinco anos de casamento, e era aquilo que recebia, em troca, de John Tubman, seu marido, negro livre? Foi por isto, por ódio e desprezo ao marido, que resolveu fugir carregando seu nome, já que o dono dele não ia acompanhá-la. Foi por ódio que Araminta Ross, já então Araminta Tubman por força do casamento, resolveu não mais retornar a ser Araminta Ross. Mas seria uma nova Araminta Tubman, já que a antiga, para ela, ali também morria.
Porém, havia de deixar, sobretudo, de ser aquela mulher escrava, aquela que apanhava, mas não reagia. E se aquele negro tinha medo da fuga, que ficasse, já que livre. Quanto a ela, não precisava conformar-se com isto. Quem havia se conformado era Araminta. Ela, passaria a ser Harriet, carregando a coragem já exposta por sua mãe. Por isto, carregaria o nome dela, “Rit”. E passaria e ser Harriet Tubman.
Ainda mesmo sem saber que seria com este nome que Araminta Ross passaria, para sempre, para a história. Mesmo que a história, como costuma fazer com todos os negros, se esforçasse por deixá-la esquecida, confinada em alguma página amarelada, desbotada, desprezada por desconhecida.
Foi quando, quase acordando, recordou os gritos da mãe que, dos olhos, deixava escapar as fagulhas do ódio enquanto gritava: “Vocês estão atrás de meu filho; mas o primeiro homem que puser os pés dentro de minha casa, eu racho a cabeça dele.” Foi com este grito ecoando em sua mente que acordou de vez, sentindo refletir em si o intenso ódio de sua mãe, que lhe latejava as têmporas, pela atualidade que aquele marcante passado o sonho parecia ter.
Ainda estava meio atordoada quando se lembrou do porquê disto: Brodess, o dono de toda a sua família, estava tentando negociar a venda de seu irmão mais novo, Moses. Mas aquele ato de coragem e enfrentamento estampado no ódio dos olhos de sua mãe, fez com que o pretenso comprador desistisse do negócio; e mostrou a ela, ainda Araminta, que o enfrentamento, o inconformismo, a coragem, ainda eram possíveis.
Ainda lhe doía, é certo, ter rezado tanto pela morte de seu dono, pedindo a Deus que o levasse, já que não lhe parecia possível modificar o intento dele de vendê-la. Pedido este que Deus, a quem sua mãe a ensinara a amar fervorosamente, havia atendido.
Por outro lado, não lhe era possível compreender como aqueles brancos escravistas justificavam a escravidão, por dizer que ela não era condenada na Bíblia! Até justificavam o costume ao lembrar que Noé havia condenado o próprio neto a ser escravo de seus tios, o que se estenderia por toda a sua descendência.
Então, diziam que os negros eram aquela descendência condenada e maldita, e que a escravização deles nada mais fazia que cumprir o que a própria Bíblia dizia! Justificavam-se, ainda, porque a Lei de Moisés listava os procedimentos que os judeus deveriam adotar para com seus próprios escravos. Inclusive judeus. “Ora”, diziam, “se há regras para judeus que escravizam judeus, é claro que a escravidão é obra-pia”.
Obrapia a escravidão? O que significava, então, a voz de Cristo ao dizer que o principal mandamento, logo abaixo de “amar a Deus sobre todas as coisas”, era “amar ao próximo como a si mesmo”? Para os brancos, não dizia nada?
Então, não era à Bíblia Sagrada que eles seguiam; deveria ser, apenas, à Bíblia Esfacelada, onde apenas o que lhes interessava fazia sentido. Por certo as cicatrizes que carregava às costas e o ferimento na cabeça, comprovavam que a voz do Salvador não havia atingido os ouvidos daqueles europeus transplantados para as Américas que, sob a desculpa de Destino Manifesto, pouco mais faziam que escravizar negros e desprezar judeus.
Enfim: se Deus havia atendido seus pedidos para antecipar o julgamento do do-no de sua família, haveria de atender muitos outros mais. Até porque a viúva que agora era sua única dona, quase imediatamente após a morte do marido, pretendeu fazer di-nheiro vendendo seus escravos. E, nela, recrudesceu o desejo de fugir.
Lembrou-se que havia pediu a proteção de Deus, antes de empreender a primeira fuga: corria 1849 e ela, assim como seus irmãos Ben e Henry, estavam alugados ao dr. Anthony Thompson, no condado de Caroline; dali escaparam, na esperança de que sua fuga não seria facilmente descoberta pela viúva Brodess, devido ao fato de estarem em outro condado e outra fazenda.
Isto, de fato, aconteceu. Mas, duas semanas mais tarde, talvez até por queixa de Thompson, o fato foi conhecido e a recompensa de Us$ 100.00 foi publicada em jornal. Como Ben acabava de se tornar pai, todos resolveram retornar. Mas Araminta já estava definitivamente decidida a fugir.
Foi o que fez e, no mesmo ano de 1849, talvez por homenagem à mãe, que lhe havia ensinado o temor a Deus, talvez por ter visto seu nome em cartaz de fuga, ou por submeter-se incondicionalmente à vontade divina, que lhe havia atendido no desejo de levar Brodess, antecipamente, ao juízo final, Araminta Ross, já Araminta Tubman, passou a ser Harriet Tubman: e Araminta Ross, a partir daquele momento, havia morrido.
Assim sendo, foi escondida em um saco e disfarçada de mercadoria que, carregada em uma carroça e ajudada por um casal de brancos abolicionistas, que atingiu a Pensylvânia, terra dos quakers, onde todos são iguais e livres.
“Quando me dei conta de que tinha cruzado o limite, olhei para minhas mãos para ver se eu era a mesma pessoa. Tudo estava glorioso: o sol passava entre as árvores como se fosse ouro; iluminava os campos e eu me senti como se me encontrasse no paraíso”, lembrou do que sentia e sempre dizia.
Porém, a vida havia já lhe traçado novos caminhos: logo no ano seguinte à sua fuga, o Congresso dos Estados Unidos promulgou a Lei Estatal dos Escravos Fugidos, que obrigava que mesmo os estados que haviam proscrito a escravidão deveriam ajudar na captura de escravos fugidos, impondo pesadas punições àqueles que se acumpliciassem com a fuga.
Portanto, restava fugir para mais ao norte, para o Canadá. E sua família toda ainda estava no sul, nos estados escravistas.
Foi quando soube que sua sobrinha Kessia estava posta à venda, assim como os filhos dela, James Alfred, de seis anos, e o bebê Araminta, cujo nome havia sido dado em sua própria homenagem.
Inconformada e já pensando que, como passou a dizer, “a uma de duas coisas eu tinha direito: a liberdade ou a morte; se eu não podia ter uma delas, teria a outra”, resolveu fazer o caminho de volta, arriscando-se entre os escravistas, para libertar Kessia e quem mais pudesse de sua família.
Foi sua primeira viagem à busca da liberdade alheia; foi sua primeira viagem à qual, por bem sucedida, sucedeu-se outra, e outra, e outra, chegando quase a uma vinte-na. Nas quais mais de trezentos escravos foram libertados, pelas mãos e sagacidade desta “condutora” do “trem subterrâneo”, cujo único destino era a liberdade. Mesmo quando esta liberdade estava muuuuito ao norte: lá no Canadá.
Já estava um tanto sonolenta quando lhe apareceu a pergunta: por que “trem”? Ao que o repentino sonho respondeu: porque, como estratégia de fuga, os fugitivos eram chamados passageiros, os condutores, como ela, maquinistas, as casas e pontos de fuga, estações e depósitos; os caminhos, eram trilhos.
Assim, como linguagem cifrada, podiam eles comunicar-se sem que os escravistas percebessem o plano de fuga; ou descobrissem suas complicadas rotas extensas.
Por que “subterrâneo”? Ainda o sonho: porque só era possível fugir ao largo das vistas escravistas. Portanto, o subterrâneo não significava “abaixo da terra”; mas, sim, “sem que pudesse ser visto”.
Acordando mas quase dormindo, Harriet lembrou-se do outro estratagema, que ela mesma disseminou: utilizando-se de sua extrema devoção, resolveu, para codificar as fugas, também louvar a Deus; e foi compondo e cantando spirituals que, por diversas vezes, passou as coordenadas da pré-fuga.
Como? Cantando, por exemplo, cross de bridge, my friend: enquanto os brancos pensavam que os negros estavam louvando a Deus com o intuito de, simbolicamente, deixar sua vida de pecados, transportando-se para o outro lado, o da pureza, ao lado de Deus, eles estavam, na verdade, transmitindo o recado para, de fato, atravessar a ponte: do outro lado, os abolicionistas de Harriet estavam esperando para iniciar a viagem rumo à liberdade…
Parecia heresia, não? Mas Harriet justificava este procedimento como a interpre-tação que dava à própria ordem divina, recebida durante uma das primeiras vezes em que aquela intensa luz que, carinhosamente, a envolvia, e voz enternecedora do Divino a dominava.
Daquela vez, conversando diretamente com Deus, ele apenas lhe falou: “Para a liberdade, louve-me: você não estará usando o meu nome em vão”. E foi com os spirituals que ela resolveu seguir a Divina Ordem. Porém, nem sempre foi fácil assim; Harriet sorria quando recordou das diversas vezes em que precisou disfarçar-se para não ser reconhecida pelos escravistas.
Já bocejava quando, sorrindo, o quase sonho lhe trouxe aquela vez em que havia comprado duas galinhas, para que pensassem que ela era, apenas, uma escrava que ha-via ido às compras; mas, ao perceber que vinha, em sentido contrário ao seu, um branco que a conhecia e a sabia fugida, apenas deixou que uma galinha escapasse e, enquanto fingia tentar recapturá-la, o branco passou sem ver seu rosto, o que o impediu de a reco-nhecer.
Ressonava quando se lembrou da vez em que estava no trem quando viu outro branco que também a sabia fugida. Mas, como ele também a sabia analfabeta, simples-mente pegou um jornal, abaixou a cabeça em direção às folhas, fingindo que as lia…
Assim foi, por longos oito anos; oito anos, ou um pouco mais, em que sempre viajou do norte ao sul, preferindo o inverno e a noite: o primeiro, porque o frio mantém as pessoas em casa; o segundo, porque à noite quase torna os escravos invisíveis.
Durante o dia, era hora de descansar em alguma das “estações”, alimentar-se, se possível, dormir. À noite, novos trilhos, frios, quase congelando os pés, aos quais só o calor do sonho de liberdade aquecia. E nunca havia perdido um só “passageiro”, em oito anos de viagem pelos escondidos caminhos…
Dormia quando o sonho lhe transportou para o início da Guerra Civil, em que se alistou, lógico, nos exércitos do norte. Ali, serviu como cozinheira e enfermeira. Mas, na verdade, sua principal função foi montar e coordenar o esquema de espionagem que muito auxiliou o norte a vencer a guerra.
Mais que isto: nela, foi ela a primeira mulher a liderar uma expedição armada, quando guiou o ataque no rio Combahee, que liberou mais de setecentos escravos! Sonhava com eles, em multidão, a olhando como a uma deusa pagã; a eles, ao longe, outra multidão, os aproximadamente trezentos que havia conduzido pela Railroad Subway, vinha juntar-se caminhando em bloco, até completarem os mais ou menos mil escravos norte-americanos libertados por esta incrível pequena grande mulher…
A luz imensa, repentinamente abateu-se sobre ela, parecendo que dali, naquele instante, Deus sorria. Quis levantar-se, para sua última viagem. Mas as cansadas pernas recusaram tan-to esforço, como se lhes dissessem: “Basta, Harriet!” Havia bastado? Será que o sucesso do ataque ao rio Combahee, para ela, bastaria? Para ela, não; foi quase adormecendo novamente que se lembrou de haver recrutado, para John Brown, em 1859 e às vésperas da Guerra Civil, muitos dos homens que, com ele, atacaram o arsenal de Harpers Ferry; grande parte destes homens eram ex-escravos que ela havia conduzido para fora do regime escravista.
Foi meio acordada, meio dormindo, que reajeitou a manta, já que naquele mês de março o inverno estava intenso e ela, aos mais de noventa anos, sentia muito frio. Foi com o sono lhe pesando os olhos que se lembrou de Frederick Douglass, ex-escravo e militante político de grande prestígio nas causas da abolição, a lhe dizer, em 1868, sobre sua coragem: “Com exceção de John Brown, de sagrada memória, não conheço ninguém como você que tenha enfrentado tamanhos perigos e provações para servir nosso povo escravizado”.
Adormeceu. Adormeceu e lhe acometeu, no sonho, imensa multidão de mulheres sorridentes que, a dançar, lhe entoavam louvores por sua atuação na árdua luta pela conquista do direito a voto, naqueles machistas estados norte-americanos.
Então percebeu-se, no lusco-fusco entre o sono e a vigília, novamente envolta naquela luz intensa, ambiente em que conversava com Deus; era 10 de março de 1913; Harriet, não mais Araminta, terminou o planejamento de sua última viagem: a viagem para o céu.
Para tanto resolveu, simplesmente, morrer.
REFERÊNCIAS
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ALTMAN, Max. Hoje na História: 1820 – Senado dos EUA firma compromisso e tranquiliza polêmica sobre a escravidão. Disponível em <http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/20249/hoje+na+historia+1820>. A-cesso em 02 mar.2016
* Ademir é coordenador da
Câmara de Preservação Cultural do
Núcleo de Cultura Afro-Brasileira – Nucab – da
Universidade de Sorocaba – Uniso