Rio – Trinta e cinco especialistas renomados em História da África, entre os quais quatro brasileiros, estiveram reunidos nesta semana em Adis Abeba, na Etiópia, para discutir sobre a diáspora africana, sobre a presença dos africanos em diversas partes do globo no tempo antigo, aspectos das deportações dos africanos durante o tráfico de escravos e a migração de africanos durante a colonização do Brasil.
Esses são alguns dos principais aspectos que envolvem a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR-PR) e o Ministério da Educação (MEC) na produção do nono volume da Coleção História Geral da África da UNESCO. A publicação do próximo capítulo será uma contribuição significativa para a Década Internacional dos Afrodescendentes, prevista para ser anunciada pela Assembleia Geral das Nações Unidas até o final deste ano.
A coleção passará a abranger ainda as mudanças que ocorreram após a Guerra Fria, a era do Apartheid na África do Sul e os desafios importantes tendo em conta os acontecimentos marcantes internacionais analisados a partir da perspectiva do continente africano. A preparação do nono volume coincide com a celebração do 50º aniversário da criação da União Africana. Os peritos são especialistas em história, sociologia, antropologia, cultura e artes, economia, ambiente, questões de gênero, política, o conhecimento endógeno, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, saúde e educação, entre outras áreas do conhecimento.
Coleção História Geral da África
A Coleção História Geral da África (HGA) começou a ser editada em 1964, em resposta às aspirações dos novos Estados independentes africanos para “descolonizar” a sua história. É um material produzido sob a responsabilidade científica e intelectual de 39 membros de um Comitê Científico Internacional, dois terços dos quais estudiosos sobre África, cerca de 350 autores, tradutores e editores de diferentes regiões do mundo que trabalharam juntos por mais de 35 anos.
O resultado do esforço de mais de três décadas foi a publicação de oito volumes, traduzidos em treze idiomas, incluindo três línguas africanas (kiswahili, fula e hausa). Além disso, doze outros estudos e documentos e doze volumes sobre as Fontes de História Africana foram publicados para acompanhar e complementar a coleção. O principal mérito da obra é desafiar a visão eurocêntrica da História, os preconceitos raciais e clichês habituais sobre os africanos.
Com informações da Secretaria de Promoção da igualdade Racial