Com informações da Agência da ONU para Refugiados
“Nossa casa está em chamas — vamos agir de acordo.” É dessa forma que a jovem ativista Greta Thunberg ilustra a crise climática global, que pode ser a luta de nossas vidas. Afinal, é uma luta que, se perdida, pode nos custar tudo.
E ninguém conhece os riscos e a realidade de se perder tudo melhor do que um refugiado. Para aqueles que fugiram por conta da guerra, violência e perseguição, a ameaça iminente das mudanças do clima já é real demais. Conheça oito refugiados que estão ativamente engajados nessa luta global, tomando ações concretas para combater os efeitos adversos das mudanças climáticas.
Céline, Empreendedora
Céline Semaan é a fundadora de um laboratório de design que está lutando para colocar a sustentabilidade ambiental no coração da indústria da moda – e além. Como estilista, ela tem um profundo senso de responsabilidade em criar itens bonitos e produzidos eticamente – um sentimento impulsionado por sua experiência como refugiada, pois sabe com que facilidade as coisas podem se tornar tiranas. Céline está abrindo uma instalação industrial que transformará resíduos de plástico e resíduo têxtil em novos materiais.
Omar, Líder da Juventude Sudanesa no Egito
Omar é um dos 50 refugiados que trabalham para combater a poluição plástica do rio Nilo. Voluntariando-se ao lado de 800 egípcios locais, refugiados de cinco países ajudam a remover plásticos de ilhas flutuantes que se acumularam nas margens do Nilo, no centro do Cairo. Em apenas um dia, os voluntários já removeram 11,5 toneladas de lixo. Como fundador de um grupo de jovens que ajuda outros refugiados sudaneses a se integrarem às comunidades locais, Omar espera que seu voluntariado mude a percepção negativa que alguns locais têm dos refugiados.
Gharam, funcionária ecológica no Líbano
Gharam é uma das primeiras refugiadas recicladoras contratadas para enfrentar a crise de lixo que assola o Líbano desde 2015. A viúva síria conseguiu seu primeiro emprego remunerado no Recycle Beirut, um projeto inovador que visa reduzir os transbordantes aterros sanitários de Beirute e, ao mesmo tempo, oferecer trabalho decente aos refugiados sírios que estão em situação de vulnerabilidade.
Abraham, campeão em plantar árvores
Ele não conseguiu parar a guerra da qual fugiu, mas Abraham Bidal e seus companheiros refugiados podem plantar árvores e cuidar da terra que os acolheu. Abraham é agora um defensor do plantio de árvores em Uganda, promovendo um movimento para conservar o meio ambiente em seu novo país. “Plantar árvores é importante porque as árvores são vida. Se um dia voltarmos ao Sudão do Sul, podemos deixar este lugar como o encontramos”, contou.
Annick, Empreendedora de Energia Limpa
Kigali, em Ruanda, é conhecida como uma das cidades mais limpas e verdes da África – e refugiados como Annick estão ajudando a manter as coisas assim. A empresária do Burundi, Annick, ganha a vida vendendo gás de energia limpa ou gás de petróleo líquido, e os negócios estão crescendo. Annick não é apenas financeiramente independente e uma empreendedora de sucesso. Ela também está impulsionando a economia local ao criar empregos ecologicamente corretos.
Teteh, Inovador de Abrigos no Deserto
Teteh é um jovem refugiado que projeta e constrói abrigos com garrafas de plástico descartadas para os refugiados mais vulneráveis que vivem no deserto do sudoeste da Argélia. Graças ao seu mestrado em eficiência energética e seu espírito inovador, Teteh provou que os seus abrigos duráveis são uma alternativa mais forte e sustentável às fortes chuvas e às fortes tempestades de areia no clima severo do deserto, onde dezenas de milhares de refugiados saharauis vivem há cerca de 40 anos.
Refugiados Rohingya estão abraçando a tecnologia verde
Nos dois anos desde que cerca de 740.000 refugiados da etnia rohingya fugiram de uma violência indescritível em Mianmar, vários deles assumiram papéis-chave na resposta humanitária. Desde projetos agrícolas liderados por refugiados que combatem os efeitos do desmatamento e da erosão, a sistemas de água potável movidos à energia solar que reduzem custos e emissões de energia, esses refugiados estão liderando iniciativas que visam promover uma mudança humanitária que se utiliza do uso de tecnologia verde.
Abdullah, supervisor de energia solar
Na Síria, Abdullah podia confortavelmente sustentar sua crescente família como eletricista. Agora, como refugiado na Jordânia, esse pai de cinco crianças usa suas habilidades como supervisor na usina de energia solar em Azraq, o primeiro campo de refugiados de energia limpa do mundo. No campo de refugiados ao lado, Za’atari, a maior usina solar já construída em um campo de refugiados está fornecendo energia limpa e necessária para 80.000 refugiados sírios – enquanto reduz as emissões anuais de dióxido de carbono do campo em 13.000 toneladas, o equivalente a 30.000 barris de petróleo.