RIO – Uma produção diferente, que prioriza o acesso à produção audiovisual que, independentemente de sua qualidade, é referência por ser democrática. Pelas ruas nigerianas é possível encontrar milhares de exemplares de filmes que foram gravados, produzidos e distribuídos com recursos escassos. Os cuidados com a técnica não norteiam a produção da maioria dos novos cineastas, o que eles querem é mostrar a cultura através da lente, que poderá ser vista no Brasil no primeiro festival realizado em sua homenagem.
Nollywood, como é conhecida a indústria cinematográfica nigeriana que lança no mercado mais de 2 mil títulos por ano, tomou forma a partir de 1990. O país é o maior exportador de petróleo da África, mas também sofre com a falta de infra-estrutura, corrupção e pobreza que contribuem para o baixo Índice de Desenvolvimento Humano (a Nigéria está em 156° dentre 187 países). Grande parte das obras é gravada em DVDs e assistidas por famílias inteiras. Isso porque, em todo o país, há apenas 12 salas Multiplex.
Com o crescimento da indústria, mais investimentos chegaram à Nollywood que não produz obras apenas para o mercado interno, mas para ser assistida na Europa e nos Estados Unidos. Dentro de um dos maiores países africanos, o sistema de distribuição – que não é controlado por empresas, mas pelos próprios produtores, é destaque em todo o mundo e revela uma nova forma de fazer cinema.
Um pouco da Nigéria estará em cartaz até o dia 18 na Caixa Cultural, no Rio de Janeiro. Serão ciclos de exibições de filmes e debates sobre a indústria que revolucionou o sistema de distribuição audiovisual.
Confira a programação no link abaixo:
http://www.caixacultural.com.br/html/main.html
Por dentro da África