Arte Africana: Conheça o pintor Chéri Samba

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Nayara Homem, Por dentro da África

Um dos maiores pintores africanos faz de sua arte um espelho de suas emoções, experiências e crítica social direto da República Democrática do Congo.

Chéri Samba brincou de desenhar na areia durante toda infância, em Kinto M’Vuila. Ao lado de seus 10 irmãos, internamente já se sabia desenhista profissional, e vislumbrava um futuro na capital para expandir sua arte, mas guardava estes planos como segredo de seu pai que era ferreiro, e sua mãe agricultora.

Aos 16 anos teve oportunidade de migrar para Kinshasa. Começou a trabalhar na capital da República Democrática do Congo como pintor de placas, e apenas 3 anos depois já tinha aberto seu próprio estúdio.

Nesta época o pintor desenvolve uma das características mais marcantes de suas obras, a inclusão de letreiros com textos nas telas. Chéri Samba chegou a ser questionado a respeito desta inclusão, como sendo uma possível mostra de insegurança em relação à interpretação de obras apenas pelas imagens. Os textos eram mesmo necessários?

O artista se manteve firme, no entanto, certo de que com o tempo estaria estabelecida sua marca, e como mecanismo de absorção da atenção por parte dos observadores: “Reparei que as pessoas que passavam na rua, passavam pelos quadros, olhavam mas continuavam a andar. Pensei então que adicionando um pouco de texto, obrigaria as pessoas a parar e olhar a pintura com mais atenção. Chamei-lhe a “assinatura Samba”. A partir de então coloquei texto em todas as minhas obras”.

Outra característica do artista é a presença de cores sempre vibrantes, a que Samba atribui ao intuito de chamar atenção do público. É notório que foi alcançado o objetivo, posto que Chéri Samba se consolidou como um dos grandes pintores da República Democrática do Congo e mesmo encerrando em si toda sofisticação de escolhas precisas, é aclamado como
artistas popular, já que sua obra fala diretamente ao povo ao expor toda incoerência humana, muitas vezes com toques de sátira e humor nas cenas e personagens retratadas, e assim acaba por refletir sentimentos espelhados em todo mundo.

Chéri Samba participou de inúmeras exposições ao redor do mundo sendo uma das mais notórias, ponto de mudança em sua trajetória de reconhecimento internacional a “Les Magiciens de la Terre”, com curadoria de Jean Hubert Martin, no Centre Georges Pompidou em Paris.

“Sugestão Cultural” do Por Dentro da África Podcast – Episódio 12

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