Adis Abeba – O Níger é um país localizado na região semi-árida africana conhecida como Sahel. Com chuvas escassas, durante apenas três meses do ano, solos pobres e uma economia incipiente, o país ocupa o ingrato posto de último do ranking do IDH no mundo.
Apesar das fragilidades, o país está conseguindo implantar um programa de combate à fome e à desnutrição considerado referência no continente africano. Chamado de 3N, ele foi criado dentro das diretrizes do CAADP (Programa Compreensivo para o Desenvolvimento Agrícola na África) e atua para resolver o problema emergencial e criar bases de longo prazo para resolver a questão das crises cíclicas que emergem com a seca.
– Em 2011, o presidente fundou o que chamou de estratégia de desenvolvimento sustentável para a segurança alimentar, a iniciativa 3N baseada em 5 eixos: o crescimento da produção agro-silvo-pastoral, o abastecimento regular dos mercados, a melhoria da moradia das populações, a melhoria do estado nutricional das populações e a coordenação – disse Mahaman Elhadji Ousmane, Ministro do Desenvolvimento e da Pecuária do Níger, durante o seminário “Novas abordagens unificadas para erradicar a fome na África até 2025″, realizado pelo Instituto Lula entre 30 de junho e 1º de julho, na Etiópia.
Desde 2011, o Níger mais que dobrou seu sistema de irrigação e ampliou em 49% sua produção agrícola. Ao melhorar a irrigação, o país conseguiu preservar parte da área plantada e salvar o rebanho bovino da seca do ano passado. O resultado foi que, em 2012, pela primeira vez na história, o país enfrentou uma seca sem entrar numa situação de crise alimentar.
O Níger está colhendo muito mais resultados para combater a fome e a miséria do que nações africanas com maiores porções de terras aráveis e economias com maior renda per capita.
Com informações do Instituto Lula