A ministra da Educação do Níger, Ali Mariama Elhadji Ibrahim, e o comissário da União Africana para Recursos Humanos, Ciência e Tecnologia, Martial De-Paul Ikounga, visitaram o Brasil para conhecer experiências de sucesso que vinculam alimentação escolar e agricultura familiar.
As autoridades integraram uma delegação de 20 representantes da União Africana, que vieram ao país na última semana de agosto em busca de modelos inovadores para combater a fome no continente. A visita culminou em uma parceria entre o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a União Africana.
De acordo com a ministra, a garantia de uma alimentação escolar de qualidade é um dos meios de evitar o esvaziamento das instituições de ensino durante crises alimentares, ainda recorrentes no Níger. ”A alimentação escolar melhorou a assiduidade e o rendimento escolar dos alunos, principalmente nas zonas rurais”, afirmou.
No país africano, os projetos de alimentação escolar foram primeiramente implementados pelo PMA. Hoje, as inciativas já são administradas pelo governo, que deseja promover o desenvolvimento social e econômico a partir da associação entre alimentação escolar e a produção local de alimentos. A ministra Ibrahim se interessou pelos projetos brasileiros nessa área. ”Nos impressionamos com a articulação de atores e instituições desde o nível federal até o municipal e comunitário. O resultado de todo esse esforço é a melhoria dos índices socioeconômicos do Brasil”, comentou. Já em 2014, o governo do Níger comprou 800 toneladas de alimentos de agricultores familiares para abastecer suas escolas.
Para o comissário da União Africana, Ikounga, é fundamental levar modelos como os praticados no Níger e no Brasil para todo o continente africano. ”A situação do Brasil era muito similar à de muitos países africanos, por isso julgamos importante ir além da África para conhecer experiências”, ressaltou. Ikounga também destacou a importância de mecanismos legais, como a lei brasileira 11.947/2009, que determina a utilização de 30% da verba federal repassada a estados e municípios para a compra de alimentos oriundos de produtores e agricultores familiares.