Natalia da Luz, Por dentro da África
Joburg – Com vista para a cidade e subúrbios de Joanesburgo, um dos pontos turísticos mais visitados da cidade relembra um período sombrio da África do Sul. Conhecido pelo tratamento desumano aos presos do apartheid, as prisões-museus da Constitution Hill convidam o visitante a uma reflexão sobre a segregação e os direitos humanos. Hoje, esse espaço é lugar de aprendizado, justiça e sede da Corte Constitucional da África do Sul.
Por aqui, em um tour, de aproximadamente três horas, o visitante tem uma perspectiva única da história de Joanesburgo. De volta a 1892, parte deste complexo foi construída para ser uma prisão, mas também se tornou uma fortaleza de Paul Kruger (presidente da República da África do Sul de 1883 a 1900) durante a Guerra da África do Sul (1899-1902). Décadas depois, essa área deu lugar aos prisioneiros do apartheid.
-Aqui, era um lugar de sofrimento, mas se tornou em algo bom como a nossa “Corte”. O que você vê atrás de mim é o setor cinco, para os presos sentenciados. A lado, está o setor quatro, para os não condenados, para aqueles que estavam aguardando a sentença. É daqui que partiam os piores relatos de abusos – disse Jimmy Nkosi, guia do Por dentro da África em Joanesburgo.
Passar o dia com Jimmy é aprender sobre décadas, séculos de história da nação do arco-íris, apelido carinhoso dado ao país pelo Nobel da Paz, Desmond Tutu, por conta da diversidade cultural. O nosso guia destacou que o regime de segregação racial na África do Sul (implantado oficialmente em 1948) reservava o pior tratamento aos negros, até mesmo nas prisões
– Os negros tinham direito apenas a colchões e cobertores, mas os brancos tinham cama, travesseiros, lençóis. Até mesmo na hora das refeições, havia uma grande diferença. Essa prisão era o pior lugar para uma pessoa negra estar.
Onde os presos comiam, exibe-se os menus que retratavam a segregação. A comida dos brancos tinha pedaços de carne, os mestiços recebiam mingau ou legumes cozidos com pedaços de carne que eram descartadas, e os negros comiam um espécie de mingau e mistura de feijões cozidos.
Em visitas guiadas, o turista pode ver mais de 200 obras de grandes artistas sul-africanos como Gerard Sekoto, William Kentridge e Cecil Skotnes, aprendendo sobre as prisões. O complexo abriga a Corte Suprema e os museus ‘Women’s Gaol’, ‘Number Four’ e ‘Old Fort’. No ‘Gaol das Mulheres’, estiveram as ativistas anti-apartheid Winnie Mandela, Albertina Sisulu e Fatima Meer.
Os corredores e celas estão cheios de exposições temporárias e permanentes, como a exibição “Gandhi: prisioneiro de consciência”, que foca nos anos em que Mahatma Gandhi passou em Joanesburgo, de 1902 até 1914, até deixar o país aos 46 anos.
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Foi nessa época que Gandhi refinou a sua ideia de resistência passiva, o que o transformou em um herói internacional. Satyagraha é um termo hindi composto por duas palavras – Satya (verdade) e agraha (firmeza) – e filosofia desenvolvida por Gandhi para o movimento de Resistência não-violenta na Índia.
Gandhi ficou no ‘Número Quatro’, lar de detentos como Robert Sobukwe (que fundou o Congresso Pan-Africano) e estudantes do Levante de Soweto, em 1976. Esse espaço foi construído para abrigar 997 prisioneiros, mas abrigava 2.200. Cada cela que deveria ter 30, tinha 70. Objetos da vida na prisão estão em exposição, incluindo recriações dos cobertores. A prisão foi fechada em 1983, mas o apartheid só foi extinto em 1990.
-Você sabe, né! Aqui na África do Sul, era crime ser negro. Se você saísse, mesmo sendo um cidadão, não havia garantia de que você voltaria vivo. Os negros eram como estrangeiros aqui, na nossa própria terra. Nós não éramos reconhecidos; isso só começou em 1994, após a nossa primeira eleição na África do Sul – lembrou o guia.
Hoje, esse passado de abusos dá lugar à luta pelos direitos humanos. A Corte Constitucional abre suas portas para os visitantes. Apenas em sessões especiais, os turistas não entram, mas isso só acontece em datas bem especiais, cerca de cinco vezes ao ano.
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Serviço:
11 Kotze Street in Braamfontein, Joanesburgo
Visitas: Segunda – Sexta – das 9 às 17h (último tour às 16h)
Quarta – último tour às 13h
Sábado, Domingo e feriados – das 10h às 15h
Preço: 55 RANDs (cerca de 13 reais)
A melhor maneira de visitar o complexo é com um bom guia, e o Por dentro da África indica o grande Jimmy Nkosi, um super professor de história. Para falar com ele, envie email ou ligue – Jimmynkosi343@gmail.c
Para saber tudo sobre as melhores atrações de Joanesburgo, visite www.joburgtourism.com ou fale com Tshepo Prince -Tshepom@joburgtourism.com, (27) 11 342 4316.
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Por dentro da África viajou a convite da South African Tourism e South African Air Ways. Agradecimento especial: Joburg Tourism