Natalia da Luz, Por dentro da África
Serra Leoa é um país com mais de 6 milhões de habitantes localizado na costa ocidental do continente africano. Durante as Olimpíadas do Rio, eles marcaram a sua participação com quatro atletas de natação e atletismo. Na Vila dos Atletas, o Por dentro da África conversou com a atleta mais nova do time, Butunrable Jalloh. Prestes a completar 18 anos, ela superou a sua marca pessoal nesses Jogos Olímpicos e ganhou o título de recordista do seu país na prova dos 50 metros livres.
-A minha mãe foi a primeira técnica da equipe de basquete no país, minha irmã compete pela equipe da Alemanha em nível nacional, meu avô foi jogador de futebol. Temos uma relação forte com o esporte, por isso minha família inteira me apoia bastante – disse Butunrable em sua estreia olímpica.
Foi a irmã da nadadora que a incentivou a treinar quando ouviu de Butunrable que “ela amava água”! Mas, no primeiro treino, na primeira vez que pulou na piscina, ela ficou muito assustada.
-Achei que fosse morrer, mas hoje estou aqui! Meu técnico falou o quanto era importante ter confiança. Começamos a treinar, e hoje eu amo nadar.
Nos 50 metros livres, a atleta bateu os 39,9 segundos, número que superou a sua marca pessoal e a marca do seu país, que estreou nas Olimpíadas em 1968, nos Jogos do México.
Nascida em Freetown, capital de Serra Leoa, Butunrable convive com 12 grupos étnicos. Embora o inglês seja o idioma oficial do país e o principal usado na educação e na administração do governo, o krio (língua derivada do inglês e de várias línguas africanas tribais) é a principal forma de comunicação.
Butunrable, que é de origem fula e nativa em krio, conta que muitas pessoas estranham quando ela fala que é uma nadadora de Serra Leoa. O estranhamento seja, talvez, porque o continente africano ainda é conhecido e lembrado pelos atletas das provas de atletismo.
Veja a colocação dos países africanos nas Olimpíadas do Rio
-África está crescendo muito nos esportes. Olhe para os quenianos, para os nadadores sul-africanos, o time de handebol de Angola! África está indo para um nível muito alto. Acredito que daqui a dois ou três Jogos Olímpicos estaremos muito mais preparados! Nós temos energia, temos tudo. Só precisamos do know how técnico! – disse a atleta.
Nas Olimpíadas do Rio, o continente africano fez bonito. Quênia, por exemplo, foi o país mais bem posicionado do continente africano com 6 medalhas de ouro, 6 medalhas de prata e uma de bronze.
– De volta ao meu país, quero treinar mais, aprimorar-me e inspirar muitos jovens nadadores.