Representantes africanos se mobilizam para intervenção no norte do Mali

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RIO – Após reunião em Abuja, Nigéria, líderes africanos aprovaram o envio de 3.300 soldados ao norte do Mali, que vive em tensão desde o golpe militar que derrubou o regime de Amadou Toumani Touré, em março. O encontro, realizado no último domingo, reuniu 15 membros da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao). O projeto será apresentado ao Conselho de Segurança da ONU no final deste mês.

A Europa apóia as iniciativas, mas ainda não indicou envio de tropas ao país. Os ministros da Defesa e das Relações Exteriores de cinco países europeus – França, Alemanha, Itália, Polônia e Espanha – vão discutir, ainda nesta semana, a criação de uma missão européia para intervir na região africana.

O país independente da França desde 1960, que viveu 23 anos de ditadura até a sua primeira eleição presidencial em 1992, tem parte de seu território sob comando de grupos armados aliados à Al-Qaeda. Nas semanas seguintes ao golpe militar, rebeldes tuaregues (povo berbere formado por pastores semi-nômades, agricultores e comerciantes que vivem na região do Saara) proclamaram a independência de Azawad, no norte, antes de serem expulsos por guerrilheiros islâmicos.

As vítimas do conflito vem buscando refúgio em países vizinhos como Burkina Faso, Niger e Mauritânia. A Organização das Nações Unidas para Refugiados informou que, pelo menos, 203 mil pessoas se encontram deslocadas internamente no país devido a conflitos armados. Nos últimos dias, o conflito tem se tornado cada vez mais complexo, com quatro frentes de luta: governo civil constitucional (apoiado pela Comunidade Econômica dos Estados Africanos Ocidentais), militares golpistas (apoiados, sobretudo, por militares de baixa patente insatisfeitos com o governo), separatistas tuaregues (MNLA) e tuaregues islâmicos (Ansar Dine).

 

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