Por dentro da África
Após tomar a rede de TV estatal, o Exército do Zimbábue anunciou, nesta quarta-feira, que tem sob custódia o presidente do país, Robert Mugabe. As tropas controlam edifícios oficiais e patrulham as ruas da capital Harare. Diante da incerteza sobre a ação, os militares emitiram um comunidado afirmando que não se trata de uma tomada de poder.
“Estamos atrás de criminosos em torno dele (Robert Mugabe) que cometem crimes e causam sofrimento econômico e social ao país. Queremos levá-los à justiça. Assim que cumprirmos a nossa missão, esperamos que a situação retorne à normalidade “, afirmou o general Sibusiso Moyo, na televisão estatal.
Nas redes sociais, o partido do poder (ZANU-PF ) informou que a família do presidente havia sido detida pelos militares e que estava em segurança, em sua casa. O Movimento para a Mudança Democrática (MDC), principal partido da oposição, pediu regresso pacífico à democracia constitucional.
O desejo e a certeza de Mugabe permanecer no poder produzem declarações polêmicas como “Somente Deus, que me nomeou, me removerá. Nem o MDC (partido de oposição), nem os ingleses, somente Deus”. (Declaração durante as eleições de 2008).
A agitação na noite de terça-feira (com disparos e explosões) aconteceu uma semana após a demissão do vice-presidente Emmerson Mnangagwa, que era apontado como o possível sucessor do presidente, no poder desde 1980. Aos 93 anos, Mugabe tem a clara intenção de abrir caminho para que a esposa, Grace Mugabe (que deixou o país nesta manhã rumo à Namíbia, segundo fontes do governo), assuma o seu posto. As próximas eleições presidenciais serão em 2018.
*Com cerca de 17 milhões de habitantes, o Zimbábue, é um país da África Austral que faz fronteira com Zâmbia, Moçambique, África do Sul e Botswana.