Somália: atraso na eleição levanta riscos de manipulação, alerta ONU

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Somália – Foto: AllAfrica

Com informações da ONU

Um novo atraso nas eleições da Somália é uma questão de “preocupação imediata”, aumentando os temores de que o processo possa ser politicamente manipulado, além de levantar a preocupação de que este atraso seja o primeiro de outros. O alerta foi feito nesta terça (27) ao Conselho de Segurança da ONU pelo representante especial do secretário-geral no país, Michael Keating, que também chefia a missão da ONU na Somália, a UNSOM.

Programadas para agosto, as eleições parlamentares ocorrerão agora em 23 de outubro e 10 de novembro, e a votação presidencial até o final de novembro, conforme anunciou nesta semana a equipe de implementação eleitoral, conhecida pela sigla FIEIT.

“O que é mais importante neste momento é que a nova extensão não crie espaço adicional para a manipulação ou interrupção”, disse Michael.

“Em vez disso, a urgência e a dinâmica devem ser mantidas, e o tempo adicional usado para garantir que o processo seja o mais transparente e credível possível”, acrescentou. O representante da ONU classificou o momento atual como uma “experiência nova e excitante” para um país em que as últimas eleições nacionais ocorreram em 1969 e que entrou em guerra civil em 1991.

Michael observou que grande parte do trabalho preparatório foi concluído, enquanto o registro de 14 mil delegados do colégio eleitoral e centenas de candidatos parlamentares está em andamento. Em 2012, observa, foram registradas apenas 135 pessoas. Trinta por cento desses 14 mil devem ser mulheres e 20% jovens.

“Mesmo que os números possam parecer relativamente modestos, este é um processo complicado, que requer um alto grau de dedicação, capacidade de organização e alguma coragem para implementar”, destacou, em um país de cerca de 12 milhões de pessoas divididas por tribos e clãs. “Os desafios de segurança e logística por si só já são consideráveis”, acrescentou.