Rio – Líderes da África falaram esta semana na Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a importância da solidariedade internacional na definição de uma nova agenda global de desenvolvimento de longo prazo que, se bem gerida, pode ver o século 21 tornando-se um “século africano”.
– Com uma maior paz e estabilidade, rápido crescimento econômico, disponibilidade de recursos naturais e uma classe média em crescimento, a África está certamente crescendo e isso está atraindo muita atenção do resto do mundo”, disse o primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Dessalegn, no segundo dia do debate geral anual da Assembleia.
– O século 21 será um século africano se harmonizarmos nossos esforços para manter e até acelerar o crescimento econômico rápido que o continente tem registrado na última década. Temos todos os motivos para estar otimistas de que o renascimento africano está de fato próximo.
O tema da 68a. sessão da Assembleia Geral neste ano é a agenda de desenvolvimento pós-2015, que visa à elaboração de um projeto ainda mais ambicioso para eliminar totalmente a pobreza e seus males consequentes, após o fim dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que devem ser cumpridos até o fim de 2015.
A África atribui uma importância primordial para a agenda pós-2015, disse Dessalegn, falando sobre a necessidade do apoio internacional para que os sucessos alcançados na implementação dos ODM, mesmo com as deficiências, sejam sustentados e as prioridades de desenvolvimento do continente para além de 2015 sejam plenamente colocadas em pauta.
As prioridades vão desde o combate à fome e desnutrição em todo o continente e industrialização até a educação de jovens e melhoria das suas habilidades.
Na reunião desta quarta-feira, o presidente do Senegal, Macky Sall, lembrou a necessidade de mais investimentos na educação, formação e emprego na juventude, modernização da agricultura e do acesso à eletricidade para todos.
O presidente da Burkina Faso, Blaise Compaoré, disse que a agenda pós-2015 “aumenta de forma pertinente a articulação dialética entre desenvolvimento, paz e segurança”.
Em seu discurso, o presidente de transição de Madagascar, Andry Rajoelina, observou que seu país, como a maioria das nações africanas, está tendo dificuldade em alcançar todos os ODM apesar de seus melhores esforços.
O Rei Mswati III da Suazilândia enfatizou a necessidade vital de apoio técnico e financeiro global para o desenvolvimento sustentável a partir de 2015.
O presidente de Camarões, Paul Biya, em um comunicado lido pelo ministro das Relações Exteriores do país, Moukoko Mbonjo, disse que a agenda pós-2015 deve enfatizar a criação de empregos decentes como um motor de crescimento econômico e desenvolvimento sustentado.
Com informações da ONU