Bangui – A insegurança, instabilidade e crescente emergência humanitária são preocupações permanentes na República Centro-Africana. O país sofreu a retomada da violência em dezembro passado, quando a coalizão rebelde Séléka lançou uma série de ataques.
Atualmente, 1,6 milhão de pessoas vivem em extrema necessidade de assistência, incluindo alimentação, proteção, cuidados de saúde, água, saneamento e abrigo. Mais de 650 mil crianças não podem ir à escola por causa do fechamento e ocupação por grupos armados. Cerca de 484 mil pessoas sofrem por fome e milhares de meninos e meninas estão com desnutrição aguda.
– A RCA ainda não é um Estado falido, mas tem o potencial para se tornar um, caso rápidas ações não sejam tomadas – disse a subsecretária-geral da ONU para assuntos humanitários, Valerie Amos, em discurso para o Conselho de Segurança da ONU.
Segundo Amos, que visitou o país recentemente, ao longo dos últimos meses a situação humanitária piorou “dramaticamente”, passando de uma crise de longo prazo de pobreza e vulnerabilidade crônica para uma emergência complexa caracterizada por violência, necessidades urgentes e graves problemas de proteção.
Um acordo de paz foi alcançado em janeiro, mas os rebeldes tomaram a capital, Bangui, em março, forçando o presidente François Bozizé a fugir.
Os recentes combates prejudicaram até mesmo os serviços mais básicos e pioraram uma situação humanitária que, de acordo com a subsecretária-geral, afeta toda a população de 4,6 milhões de pessoas, metade delas crianças.
O secretário-geral assistente da ONU para os direitos humanos, Ivan Ṡimonović, pediu a implantação de uma grande força internacional com um mandato de proteção forte para fornecer de imediato a segurança, proteger a população em todo o país, restaurar o Estado de Direito e criar condições favoráveis para eleições livres e justas.
Ṡimonović, que também visitou recentemente a RCA, falou da necessidade de reforçar o setor de direitos humanos do Escritório Integrado da ONU para Construção da Paz na RCA (BINUCA), que atualmente não tem capacidade para monitorar, verificar e reportar violações dos direitos humanos em todo o país.
Com informações da ONU