Rio – Mais de 62 mil pessoas chegaram ao Iêmen vindas do Chifre da África este ano, segundo a agência de refugiados da ONU, apelando a uma maior cooperação entre os países para assegurar a proteção dos requerentes de asilo que arriscam suas vidas nesta rota considerada mortal.
– A travessia do Chifre de África para o Iêmen é uma das várias rotas marítimas mortais em todo o mundo que o ACNUR acompanha de perto – disse o porta-voz do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Adrian Edwards, a jornalistas em Genebra.
– Centenas de pessoas, incluindo os refugiados sírios, morreram nos últimos meses atravessando o Mediterrâneo para a Europa. No sudeste da Ásia, apenas na semana passada, dezenas de pessoas foram dadas como desaparecidas depois que o barco naufragou ao largo da costa de Mianmar na Baía de Bengala.
O Iêmen tem observado por seis anos seguidos muitas chegadas por mar. Desde 2006, quando o ACNUR começou a coleta de dados, mais de meio milhão de requerentes de asilo, refugiados e migrantes viajaram por via marítima para o Iêmen. A maioria são etíopes, por conta da difícil situação econômica local. Muitos tem a expectativa de viajar através do Iêmen para os países do Golfo e outros lugares além.
Os somalis que chegam no Iêmen são automaticamente reconhecidos como refugiados pelas autoridades, enquanto o ACNUR ajudou a determinar o estatuto de refugiado de outros requerentes de asilo, incluindo da Etiópia, Eritreia e outros países.
O ACNUR está incentivando a cooperação entre os países afetados pela migração mista e apoiando o Governo iemenita a organizar uma conferência na próxima semana sobre os temas do asilo e da migração, juntamente com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A conferência de três dias ocorrerá em Sanaa, com participantes de governos do Chifre da África, Estados do Golfo, os países doadores, organizações não governamentais (ONGs) e instituições locais.
– O objetivo da conferência no Iêmen é estabelecer um plano regional para ajudar a gerenciar a migração mista entre o Chifre da África e da Península Arábica – disse Edwards.
Os objetivos do plano incluem salvar vidas, garantir melhores sistemas de proteção para os requerentes de asilo e refugiados, reforçar a aplicação da lei contra o tráfico e as redes de tráfico, aumentar o financiamento de programas de retorno assistido voluntário, bem como ações de sensibilização para os perigos da migração irregular.
Com informações da ONU