Rio – Mary Robinson, enviada da ONU para a região africana dos Grandes Lagos, elogiou a possível retomada das negociações de paz entre o governo da República Democrática do Congo (RDC) e os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23).
Nesta sexta-feira, ela destacou a importância de esforços políticos para alcançar a paz e a segurança no leste da República Democrática do Congo e na região. Em novembro passado o M23 – formado por ex-membros das forças armadas do governo que se amotinaram em abril de 2012 – ocuparam a cidade de Goma, no leste da RDC.
Os confrontos entre o governo e os rebeldes deslocaram mais de 130 mil pessoas dentro e no entorno da cidade, forçando a fuga de mais de 47 mil pessoas para a província vizinha de Kivu do Sul. Em meio à condenação generalizada da comunidade internacional, os combatentes se retiraram após 11 dias.
As tensões têm aumentado na região recentemente, já que os rebeldes do M23 haviam criticado a brigada de intervenção e rompido as negociações de paz com o governo da RDC.
Há pouco mais de duas semanas, combates ressurgiram novamente em Goma entre o exército e os rebeldes, mas as hostilidades diminuíram em meio à visita inédita do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim. Robinson também integrou a delegação.
Os três também visitaram diversos países da região, entre os quais outros dois que sofrem diretamente com os conflitos, Ruanda e Uganda.
Acordo avança em solução política
O objetivo da visita de lideranças da ONU foi reforçar o apoio ao acordo de paz estabelecido recentemente. Durante a visita, o Banco Mundial se comprometeu também a investir 1 bilhão de dólares no desenvolvimento da região.
Mediado pelas Nações Unidas, o acordo foi assinado em fevereiro por 11 líderes africanos e tem como objetivo acabar com os ciclos de conflito e violência no leste da RDC.
No último dia 21 de maio, a funcionária da ONU propôs um conjunto de princípios para a paz que buscam orientar os esforços imediatos para combater a crise na região, mantendo um foco em soluções de longo prazo.
A ideia é reconhecer o sofrimento de milhares de pessoas – a maioria mulheres e crianças – deslocadas pela violência, bem como pedir a aceleração do regresso voluntário dos refugiados na região.
Os princípios pedem ainda a desmobilização de todos os grupos armados ativos no leste da RDC e o respeito ao direito internacional.
Com informações da ONU