Freira vence prêmio da ONU por sua luta na República Democrática do Congo

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A Irmã Angelique Namaika é a ganhadora do Prêmio Nansen para Refugiados 2013. Foto: ACNUR
A Irmã Angelique Namaika é a ganhadora do Prêmio Nansen para Refugiados 2013. Foto: ACNUR

Rio – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) anunciou nesta terça-feira a ganhadora do Prêmio Nansen 2013: uma freira congolesa que atua na região nordeste da República Democrática do Congo (RDC) ajudando milhares de mulheres que são vítimas da violência sexual e de gênero praticada por grupos como o Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês).

Líder do Centro para Reintegração e Desenvolvimento, a Irmã Angélique Namaika já ajudou a transformar a vida de mais de duas mil mulheres e meninas que foram abusadas e forçadas a deixar suas casas. A maioria delas vivenciou histórias de sequestro, trabalho forçado, espancamento, assassinato e outras violações de direitos humanos. Muitas vezes elas ainda são isoladas e discriminadas por seus próprios familiares e comunidades devido à violência que sofreram.

Através de atividades que geram renda, a Irmã Angélique ajuda essas mulheres a começarem um pequeno negócio ou a voltarem para a escola. Os depoimentos das mulheres atendidas pela Irmã transmitem o efeito do trabalho da freira em promover uma mudança em suas vidas, já que muitas delas a chamam de “mãe”.

– É muito difícil imaginar o sofrimento das mulheres e meninas vítimas do LRA, pois elas guardarão as cicatrizes desta violência por toda a vida –  Namaika. Segundo ela, o prêmio ajudará mais pessoas deslocadas em Dungu a recomeçarem suas vidas. Jamais vou parar de fazer tudo o que estiver ao meu alcance para oferecer esperança e uma chance de viver de novo.

Em 2009, Angélique também foi vítima da violência do LRA e foi obrigada a deixar sua casa e se deslocar de Dungu, onde morava. Parte da sua motivação vem do seu próprio sofrimento.

– A vida destas mulheres foi destruída pela brutal violência do deslocamento. Angélique prova que uma única pessoa pode fazer uma enorme diferença na vida das famílias separadas pela guerra. Ela é uma verdadeira heroína humanitária – disse o alto comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres.

Namaika receberá a Medalha e o Prêmio Nansen de Refugiados no dia 30 de setembro em uma cerimônia em Genebra. Após a cerimônia, a Irmã Angélique viajará a Roma, onde sera recebida no Vaticano pelo Papa Francisco no dia 2 de outubro, antes de seguir para Paris, Bruxelas e Oslo para outros encontros.

Com informações da ONU