Conheça as mulheres africanas que ocuparam a presidência

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Ao longo da história política africana, a presença feminina nos mais altos cargos de liderança foi por muito tempo rara e marcada por grandes desafios. No entanto, nas últimas décadas, mais mulheres africanas vem ocupando a presidência. Conheça as mulheres africanas que ocuparam a presidência!

Em 21 de março de 2024 Netumbo Nandi-Ndaitwah tomou posse como a primeira mulher a presidir a Namíbia. Sua eleição representou mais um capítulo importante na trajetória das mulheres africanas que, ao longo das últimas décadas, vêm rompendo barreiras para alcançar o posto mais alto do poder político em seus países.

A primeira mulher a assumir a presidência no continente africano foi Sylvie Kinigi, em 1993, no Burundi. Na época, Kinigi, então primeira-ministra, assumiu interinamente a presidência após o assassinato do presidente Melchior Ndadaye. Sua gestão, embora breve, abriu caminho para que outras mulheres vislumbrassem a liderança nacional como uma possibilidade concreta.

Em 2005, a Libéria celebrou um marco ainda mais significativo: Ellen Johnson Sirleaf foi eleita presidente, tornando-se a primeira mulher a vencer uma eleição presidencial no continente africano. Conhecida como a “Dama de Ferro da África”, Sirleaf liderou a reconstrução da Libéria após anos de guerra civil, sendo reeleita em 2011 para um segundo mandato.

Outras mulheres também ocuparam o cargo de forma interina ou em processos de transição política. Em 2009, Rose Francine Rogombé tornou-se presidente interina do Gabão após a morte do presidente Omar Bongo.

Já em 2012, Agnes Monique Ohsan Bellepeau assumiu interinamente a presidência de Maurícios, repetindo o feito histórico de ser uma das poucas mulheres a liderar o país.

Também em Maurícios, Ameenah Gurib-Fakim fez história ao ser eleita pela Assembleia Nacional como presidente, cargo que ocupou entre 2015 e 2018. Ela se destacou como uma líder acadêmica e cientista antes de sua trajetória política.

No Malawi, Joyce Hilda Banda assumiu a presidência em 2012 após a morte do presidente Bingu wa Mutharika. Primeira mulher a governar o país, Banda enfrentou o desafio de restaurar a estabilidade política e econômica durante seu mandato.

Outro exemplo de liderança feminina ocorreu na República Centro-Africana, onde Catherine Samba-Panza assumiu a presidência interina de 2014 a 2016, em meio a uma grave crise política e social. Sua experiência anterior como prefeita da capital, Bangui, foi crucial para seu papel de mediadora e pacificadora.

Em 2018, Sahle-Work Zewde foi eleita pela Assembleia Parlamentar Nacional como a primeira mulher presidente da Etiópia. Diplomata de carreira, Sahle-Work representa uma nova fase da política etíope, buscando promover igualdade de gênero e paz.

Já na Tanzânia, Samia Suluhu Hassan tornou-se a primeira mulher a ocupar a presidência após a morte de John Magufuli, em 2021. Samia, que era vice-presidente, foi posteriormente eleita, consolidando sua liderança e reforçando a importância da representação feminina no cenário político africano.

O percurso dessas líderes é marcado por contextos desafiadores — muitos deles envolvendo crises políticas, transições delicadas ou necessidade de reconstrução nacional. Ainda assim, suas trajetórias inspiram e reafirmam o papel transformador das mulheres na política africana, abrindo caminho para futuras gerações.

Dicas: 

Neste livro, Pamela Scully nos leva desde o nascimento, em 1938, da ganhadora do Prêmio Nobel da Paz e duas vezes presidente da Libéria, Ellen Johnson, até a epidemia de Ebola de 2014-15.

Mapeando sua infância e adolescência, o livro aborda o relacionamento de Sirleaf com sua avó indígena e seus pais urbanos, seu casamento precoce, seus anos de estudo nos Estados Unidos e sua carreira em desenvolvimento internacional e finanças, onde desenvolveu sua habilidade como tecnocrata.

Os capítulos posteriores abordam seus anos dentro e fora da política formal da Libéria, seu apoio aos direitos das mulheres e o surto de Ebola.