República Centro-Africana: refugiados perdem o direito de votar nas próximas eleições

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Hajara e seus filhos, com idades entre três anos e 18 meses, esperando pela sua primeira refeição quente em mais de dois meses. Eles chegaram no campo de refugiados de Dosseye após fugir da violência em Boali, República Centro Africana. Foto: UNHCR/C.Fohlen/ Maio 2014
Refugiados de Dosseye após fugir da violência em Boali, República Centro Africana. Foto: UNHCR/C.Fohlen/ Maio 2014

Com informações da ONU

O parlamento interino da República Centro-Africana decidiu negar o direto de voto na eleição presidencial, marcada para outubro, aos cidadãos provenientes do país que estão refugiados em países vizinhos, decisão que preocupa o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). Desde dezembro de 2013, aproximadamente 25% da população da RCA foi deslocada internamente e mais de 460 mil pessoas fugiram para países vizinhos graças a violência em curso no país.

O ACNUR e seus parceiros afirmaram que a decisão, anunciada no dia 30 de junho, não está de acordo com as resoluções 2149 (2014) e 2217 (2015) do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que buscam eleições inclusivas como parte dos processos de paz. Segundo o porta-voz do ACNUR, Leo Dobba, “é importante que os refugiados e pessoas deslocadas internamente na República Centro-Africana possam votar”.

O coordenador humanitário da ONU, Aurélien A. Agbénonci, afirmou que “todos queremos eleições livres, transparentes, inclusivas e abertas a todos”, destacando que “o regresso dos refugiados ao seu país de origem é estritamente voluntário e este princípio não pode ser violado”. O ACNUR pediu a inclusão dos refugiados na eleição para que ajudem a decidir o futuro de seu país.

A agência para Refugiados da ONU e seus parceiros, incluindo o Coordenador Humanitário Aurelien Agbenonc e a Missão de Estabilização da ONU, afirmaram que as negociações com as autoridades provisórias da República Centro-Africana deverão continuar.