Após denúncias, chefe da missão da ONU na República Centro-Africana pede demissão

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Foto: ONU/Catianne Tijerina

Com informações da ONU

Intensificando a resposta da ONU ao que a Organização classificou nesta quarta-feira (12) como “flagelo global” do abuso sexual em missões de campo, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, informou que demitiu seu representante especial na República Centro-Africana.

Integrantes das forças de paz da ONU sofreram severas críticas da organização internacional Anistia Internacional, com acusações de violência sexual e assassinatos cometidos pelas forças da ONU. Um dos casos envolveu o estupro de uma menina de apenas 12 anos de idade, que foi ouvida logo após o incidente por integrantes da Anistia.

“Quando as Nações Unidas implantam suas forças de paz, o fazemos para proteger as pessoas mais vulneráveis do mundo em lugares mais desesperados do mundo”, destacou Ban Ki-moon. “Não vou tolerar qualquer ação que leve as pessoas a substituir a confiança pelo medo.”

Esses últimos relatos chegam após uma outra série de alegações de abuso sexual em torno de uma mobilização de forças militares estrangeiras no país, no início de 2015.

A situação de profunda instabilidade na República Centro-Africana é agravada por uma crise humanitária crescente. A ONU estima que cerca de 450 mil pessoas permanecem deslocadas dentro do país, enquanto outras milhares foram forçadas a atravessar as fronteiras.

Cerca de 2,7 milhões de pessoas na RCA – mais da metade da população – permanecem em necessidade de assistência humanitária urgente.