Por Janisio Salomão, Por dentro da África
O dia 25 de maio é um marco inolvidável para os povos do continente africano, pois, nesta data, no ano de 1963, os chefes de Estados africanos se reuniram com o intuito de refletir sobre questões que preocupavam o continente, tais como: colonialismo, apartheid, e emancipação dos povos africanos.
Durante séculos, as economias africanas estiveram dependentes das colônias ou metrópoles e grande parte dos produtos ou matérias-primas exploradas eram exportadas e apenas serviram de benefício para as colônias até altura da independência de grande parte delas.
Como sabido, a exploração veio mais tarde alargar –se para os recursos humanos nomeadamente o homem, a escravatura e a exploração humana foi durante a história da humanidade umas das mais selvagens. O comércio negreiro não só ajudou, durante séculos, a construção e o enriquecimento de grandes economias desenvolvidas da Europa e América.
O fardo tornou–se pesado para as economias africanas. Na altura da independência, as colônias foram deixadas de rasto, sem recursos, infraestruturas e conhecimento, pois grande parte da população não possuía formação ou a formação dada era deficitária, para não permitir o entendimento ou compreensão da situação em que grande parte dos povos eram alvo “escravidão e servidão”.
Se os povos africanos fossem contabilizar a moeda que deveria ser paga pelos países europeus e americanos qual seria o valor? Questão está que deve servir de reflexão para os nossos dias.
SUBDESENVOLVIMENTO CONCEITOS
Várias são as teorias que tentam explicar as questões relacionadas ao subdesenvolvimento nas economias africanas. Dentre elas, fazem parte as teorias do imperialismo alinhadas no pensamento de Lenine e do Dualismo Econômico de Celso Furtado, ambas realçam ou destacam a existência de uma colónia ou potência dominadora, cujo os lucros ou dividendos serviram apenas para alimentar ou beneficiar as mesmas.
Tal conforme Bari (2006), as exportações de capitais e de produtos manufaturados proporcionaram o aumento da lucratividade e, consequentemente, o aumento das riquezas dos países industrializados, isto porque, nas colônias, os impostos cobrados eram altos, os preços das terras e dos salários eram baixos e as matérias-primas eram baratas, ou seja, este processo de transferência brutal de renda permitiu a aceleração da acumulação do capital nas colônias e a expansão do capitalismo.
Essa expansão via colonialismo criou, pela primeira vez, um mercado mundial, onde a economia das colônias fornecedoras de minerais e de gêneros agrícolas era complementar à economia dos países industrializados.
O conceito de subdesenvolvimento, nos remete a um estado ou carência de determinados bens ou serviços indispensáveis para a vida ou melhoria da condição de vida da população, ou seja, é um estado de carência.
Embora atualmente e o termo seja muito discutido, pois autores defendem que não existem países subdesenvolvidos, mais sim países em via de desenvolvimento pois o subdesenvolvimento não é estático. Hodiernamente, subdesenvolvimento é utilizado para definir o estágio de um país com renda per capita baixa, relaciona–se ao mesmo, as assimetrias quando comparadas com outros países, povos ou regiões, à ausência de emprego, alimentação, educação e habitação para a população.
Janisio Salomão é mestre em Administração de Empresas e desenvolve pesquisa e investigação em áreas da administração e economia. É autor de diversos artigos sobre a realidade Angolana e Africana
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