Por dentro da África
Tema: Reflexões da Era apartheid e pós-apartheid na comunicação contemporânea
Instituição: Universidade Anhembi Morumbi
Aluno: Luciana Lima da Cunha
São Paulo – A escolha do tema surgiu a partir do crescente interesse da indústria cinematográfica a respeito da nação Sul-Africana, um país marcado pelo sistema de segregação racial apartheid que demarcava as condições espaciais e sociais do ser humano mediante a cor da pele. Durante mais de três décadas milhares de sul- africanos negros e mestiços foram obrigados a viver em condições subumanas, impostas por uma minoria branca de 13% da população.
Em 1994 o regime apartheid foi finalmente abolido, permitindo o acontecimento da primeira eleição democrática no país que elegeu Nelson Mandela como o primeiro presidente negro da nação Sul-Africana. Mandela vinha de uma trajetória de 27 anos de reclusão acusado de comunista durante o regime. O desdobramento da política sul-africana conduzida por Mandela proporcionou ao país o mérito de exemplo de união racial durante o pós-apartheid, um homem retratado pelo cinema contemporâneo como herói, e que vem despertando o interesse do mercado midiático justamente pela história de lutas do seu país.
No ano de 2010 o país sediou a Copa do Mundo e se tornou o alvo de nossa pesquisa, especificamente a Cidade do Cabo, marcada por grandes acontecimentos históricos, e que atualmente vem ganhando o prestigio e a apreço da indústria cinematográfica. Os filmes Goodbuy Bafana (2007), District 9 (2007) e Invictus (2010) trouxeram ao público os problemas e as soluções que o país enfrentou durante o regime apartheid, entretanto ao analisarmos de perto a população da Cidade do Cabo, constatamos que a cidade continua sendo dominada pela população branca (afrikaans), pois, atualmente, os bairros mais valorizados não fazem parte da rota de moradias reservadas aos grupos étnicos negros ou mestiços (colored) e que a segregação geográfica e cultural ainda é muito presente no país.
Percebemos que alvo de nossa pesquisa; a população negra e mestiça do país estava oculta nas favelas nos subúrbio da cidade, ainda sim segregadas, os resquícios humanos que o regime apartheid deixou para trás. Uma realidade que merece ser mais explorada pelos meios de comunicação.
Com o propósito de apresentar uma denúncia social e a representação do negro no pós-apartheid da África do Sul, buscamos compreender a estratégia de
11sobrevivência da camada marginalizada pela sociedade pontuando a busca por uma identidade étnica no contexto pós-segregacionista do país.
No presente estudo a abordagem do assunto foi dividido em três partes: Teórica, em que discutimos, com apoio bibliográfico o surgimento do regime apartheid, em seguida utilizamos análises fílmicas como instrumento de pesquisa sócio histórica do país e na terceira parte trabalhamos com um caráter etnográfico, analisando a atuação do rastafarianismo como atitude política no pós-apartheid. No ano de 2010, frequentamos a comunidade rastafári Marcus Garvey e House of Juda, durante dois meses, também participamos nesse período do ritual Nyabinghi, realizamos uma pesquisa de campo com entrevistas, fotos e gravações de tomadas e adotamos o método de pesquisa participante. Iremos relacionar o assunto com o problema da identidade étnica aplicando o estudo de caso especifico na Comunidade rastafári Marcus Garvey na África do Sul.
Leia a pesquisa na íntegra aqui Monografia Reflexões da era apartheid e pós-apartheid – Luciana Lima
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